Hallo Leute!
(Ói, pessoal!)
Navios, pombos e pessoas.
(Ói, pessoal!)
Navios, pombos e pessoas.
Alguns, apenas alguns dos meus posts, são escritos
a pensar especialmente na minha família e nos amigos mais chegados que todos os dias aqui veem
bisbilhotar à procura de notícias frescas e fotografias. É para eles que, com
todo o gosto, num invulgarmente lindo sábado de manhã e depois de uma semana “arrasadora”, me dedico a teclar esta mensagem. E a todos os visitantes que, mesmo não me conhecendo pessoalmente, acham que eu sou um tipo que "merece ser lido". Muito obrigado.
Vou então começar por aquilo que até
poderia ser a fonte dos meus tormentos … mas não é, der Kurs! Está nos
conformes, embora eu ache que a carga horária diária (08.15-13.00) é demasiado
pesada, tendo em conta a quantidade de horas de estudo que já levamos no pêlo todas
as manhãs. Não tem sido raro pôr-me na vertical pelas quatro da madrugada que
foi a hora a que o passarinho cantou (no Alentejo!), para concluir os TPC's que Frau Elvira Bauer, die Lehererin nos impinge diariamente. Vá lá, na passada sexta feira, talvez porque estivesse particularmente satisfeita e feliz (terá visto o padeiro?), deixou-nos o fim de semana livre!
Alguns dos meus colegas vão agora regressar
aos seus países, por isso, os últimos dias de aulas já contiveram uma componente de
avaliação, extensiva todos. Eu, porém, resolvi expandir um pouco mais os meus conhecimentos, talvez melhor dito, mitigar um pouco a minha ignorância e converti o meu esquema inicial noutro, duas semanas mais longo. Portanto, só poderei dizer Fertig! (terminado), lá para a primeira semana de Julho.
Terão reparado que atrás sublinhei a palavra madrugada. Como sabemos, quanto mais elevadas são as latitudes mais curta é a noite nesta altura do ano, sendo mínima no Solstício de Verão. Aqui, onde estou a residir, e ainda estamos no sul da Alemanha, há luz solar quase até às 22h00 e às 4 da matina já é dia claro. Este facto, juntamente com outros, tem-me baralhado o neurónio (!) como passo a explicar.
Terão reparado que atrás sublinhei a palavra madrugada. Como sabemos, quanto mais elevadas são as latitudes mais curta é a noite nesta altura do ano, sendo mínima no Solstício de Verão. Aqui, onde estou a residir, e ainda estamos no sul da Alemanha, há luz solar quase até às 22h00 e às 4 da matina já é dia claro. Este facto, juntamente com outros, tem-me baralhado o neurónio (!) como passo a explicar.
Quando numa viagem de avião mudamos de
país e se entre a respectiva residência habitual e o local de destino vai a
distância de um continente, surgem no nosso organismo certas alterações nas
funções biológicas que atribuímos ao chamado jet lag. Perturbações do
sono e consequentemente do humor, alterações no regular funcionamento da
tripalhada, cansaço fácil, são alguns dos itens que fazem parte do quadro de
mal-estar de que se queixam muitos viajantes de longo curso. Fenómeno
certamente bem estudado, até porque envolve muitos trabalhadores das companhias
aéreas, mas cuja fundamentação científica desconheço.
No entanto e embora não se trate do mesmo fenómeno, sempre tenho algumas ideias àcerca do desconforto que afecta os galdérios, pelo menos durante alguns dias, quando em missão a longa distância. Às vezes basta-lhes sair de casa! Vou partilhá-las convosco. Então aqui vai!
Enquanto aluno do curso superior de pilotagem da Escola Náutica, aprendi o seguinte: Sabe-se que toda a matéria de que se compõe o planeta, incluindo a atmosfera e os nossos próprios corpos, se encontra sujeita à acção do campo magnético terrestre. Este caracteriza-se entre outros, pelas variáveis a) Intensidade do campo e b) Orientação das suas linhas de força. Estas, vou chamar-lhes “características”, sofrem alteração com o decorrer dos anos e o local onde nos encontramos. Há muito mais a dizer sobre o assunto, mas essa é matéria para académicos.
No entanto e embora não se trate do mesmo fenómeno, sempre tenho algumas ideias àcerca do desconforto que afecta os galdérios, pelo menos durante alguns dias, quando em missão a longa distância. Às vezes basta-lhes sair de casa! Vou partilhá-las convosco. Então aqui vai!
Enquanto aluno do curso superior de pilotagem da Escola Náutica, aprendi o seguinte: Sabe-se que toda a matéria de que se compõe o planeta, incluindo a atmosfera e os nossos próprios corpos, se encontra sujeita à acção do campo magnético terrestre. Este caracteriza-se entre outros, pelas variáveis a) Intensidade do campo e b) Orientação das suas linhas de força. Estas, vou chamar-lhes “características”, sofrem alteração com o decorrer dos anos e o local onde nos encontramos. Há muito mais a dizer sobre o assunto, mas essa é matéria para académicos.
Ora, quando um navio é construído num
estaleiro localizado por exemplo, na Ásia, os ferros utilizados na construção desse
navio conferem-lhe as propriedades de um dipolo magnético que sai com a “marca" do campo (estaleiro) onde “nasceu”. Esta é tanto mais intensa quanto mais intensa foi a
vibração provocada pela força das marteladas e maior o aquecimento devido às
soldaduras. Como o valor da declinação da Agulha Magnética (Bússola), ou seja o
ângulo entre as direcções do polo magnético e do polo geográfico depende do
campo magnético terrestre e do campo magnético do próprio navio, quando este vem
navegar por exemplo, em águas do Atlântico, tem que se proceder à “compensação do erro” através de certas manobras que
levam ao acerto ou calibração da Agulha. Mais ou menos como quem acerta um relógio
comprado na feira de Carcavelos! Caso contrário dá buraco e as bananas da
Madeira até poderiam ir visitar as primas … do Brasil. Bem, pode-se exagerar um
pouco, mas não tanto!
Dizem também alguns estudos que, pelo
facto de a medula óssea dos pombos ser rica em átomos de ferro, estes se
comportam como micro-ímanes volantes. Dentro da sua pequena cachimónia, o bicho
disporá de algum dispositivo bioneural que lhes permite distinguir as linhas de
força do seu próprio campo magnético e assim consegue encontrar o pombal onde
foi criado. Nem sempre! Porque o amor acontece, se numa largada uma pomba
simpática esvoaçar no seu espaço aéreo, podem ir ambos parar ou ao dele ou
ao dela!
E nós? Nós comportamo-nos como magnetos, apenas
maiores do que os pombos e como eles com muito ferro a bordo. Basta aludir à composição
dos glóbulos vermelhos.
Nesta linha de pensamento, é de admitir que possuamos
também o nosso próprio campo magnético, encontrando-se este sujeito interacção com o C. Magnético terrestre, característico dos locais onde
vivemos ou para onde viajamos.
Hoje em dia, com tanta gente a pôr a cabeceira às avessas ao deslocar-se
constantemente de um sítio para outro, mudando de residência e de local de
trabalho como quem muda de sapatos, quem pode
garantir que não andam também com a “agulha” meio tonta? Ou tonta de todo, o que até
poderia explicar as neuras que por aí andam e estão sendo uma excelente mina para
os shrinks!
No passado, o sedentarismo dos nossos avós permitia-lhes
tirar conclusões expeditas ou empíricas de muitos factos da vida quotidiana. O
Borda d’Água foi e ainda é um bom repositório desses conhecimentos. Quer se
trate de saber do tempo que vamos ter durante as férias, em Agosto, ou da melhor lua para levar a
marrã ao machio … está lá tudo! Trago isto à baila porque sempre me lembro de
ouvir dizer aos velhos que a cabeceira da cama nunca deve ficar voltada
para, poente, acho eu, mas não tenho a certeza. Meus caros, tendo a cabeceira voltada nem
sei para onde, com a minha agulha completamente flipada,
acordando todas as noites(?) por volta das 03H30 com a claridade do sol
nascente, à mesma hora em que um fdp de um passaroco entesoado começa a cantar,
em alemão, no parapeito da minha janela, admito, não tenho passado muito bem quanto a humores. Sendo a disposição daquelas em que só apetece comer maçãs azedas, cavar vinha e rogar pragas, estou
ansioso por regressar ao meu pombal, em Pombal, ainda que sem pomba!
Só mais um bitate: Enquanto o portuga
bebe a sua pinguita diariamente, estes alemães são do camano, guardam o stock
inteiro para as libações do fim de semana. Como se pode imaginar, para alguns e
algumas a coisa vai de caixão à cova. Ainda esta noite, eram duas da manhã,
tive de mudar de quarto devido a um interminável sarrabulho, direkt unter meinem fenster (mesmo sob a minha
janela), entre uma pipa de vinhaça e outra de cerveja! Pelo que entendi, ele
queria, ela também, mas primeiro deu a outro. E ele ficou chateado…ora essa! Ou terá sido ao contário, já que era ela quem mais berrava!?
Tschüss! (tchau!)