Revisitando a Polónia.
Costumo viajar sozinho. O que tem as suas vantagens, não
menosprezando alguns (grandes) inconvenientes que daí retiro. Uma das razões é
a seguinte: Não raramente, tenho ouvido de amigos a quem dirigi o convite para
em conjunto visitarmos tal país, cidade ou região, a seguinte resposta: Áh … já
lá estive! Sou adepto daquela máxima que diz: Á primeira, estranha-se. Á
segunda, entranha-se. E, se houver uma terceira, é porque já estamos totalmente apanhados!
Esta é a minha terceira vinda à Polónia tendo em mente, desta
vez, ficar a conhecer o que for possível acerca de duas cidades que ficaram
para trás nas anteriores visitas a este país. São elas Cracóvia, a segunda maior cidade da Polónia (800.000 h.), património mundial e Gdansk, capital do Báltico.
Como vai sendo habitual, elaborei o meu roteiro* recorrendo
ao inesgotável manancial de informação que nos oferece a Net. Na rede,
encontro imensos portais que me contam a história dos lugares, os principais traços
da cultura dos povos que os habitam, como e de que vivem etç. Além de coisas
bem mais práticas, tais como os aspectos de natureza física (altitude,
orografia, clima) e outros que considere relevantes na preparação da viagem. A maior
parte destes dados não vão no livrinho, mas armazenados na cabeça! Para
o registo escrito ficam as datas, horários dos voos e outros meios de
transporte assim como, endereços dos alojamentos (incluindo as suas coordenadas
GPS) bem como as dos pontos a visitar, já que comigo levo o aparelhito.
No passado dia 6/7, a porta de saída foi o Sá Caneiro à hora
a que estava a começar o JOGO! Viagem muito desagradável com nunca tinha tido
outra. Estava um dia de autêntico estio, temperatura superior a 30 graus,
pequena aragem. Porém, as condições meteorológicas foram-se complicando e, à
medida que a viagem prosseguia, o avião sacudia-se como um cão à chuva, até as
molas rangiam! À chegada, noite invernosa, muito frio e ventania. Contudo, de
alma, estavam bem a meia dúzia se tanto, de portugueses a bordo pois, a nosso
pedido, o comandante teve a gentileza de através do micro informar que … “estava
na mala”. Aos urras dos lusos, os nossos vizinhos polacos
responderam com olhares pouco amistosos e um silêncio de cemitério. Ainda
estavam com azia, coitados.
A minha vinda até Cracóvia implicou uma escala de uma noite na
já velha conhecida Varsóvia (Warszwa), a cidade mais segura do mundo no
momento da minha chegada. Estávamos a poucas horas do início de uma cimeira da
Nato onde o OBoss vai ser a figura dominante, nesta como noutras
ocasiões. Por isso, segundo o taxista que me transportou até ao hotel, a cidade
fervilhava com os tipos das diversas agências monitorizando tudo quanto para
eles se apresentasse como facto relevante. Vendo-me de pasta ao tiracolo, o
simpático condutor até me perguntou se eu também pertencia à quadrilha.
Disse-lhe que não, claro, mas pelo comportamento vi que não ficou inteiramente
convencido! O nosso primeiro também por aqui anda, mas não o vi. Até
porque não viaja em low-cost como eu!
Não posso dizer que tive uma boa noite de sono, excitado como
estava com o resultado do Portugal – Islândia que vi em diferido na TV do
hotel. Na manhã seguinte fui até à Estação Central onde adquiri o bilhete para
o Intercidades das 10:30. Tarefa algo complicada e que carece de tempo já que
os tickets são vendidos num salão à parte, onde uma dezena de
funcionários atende os clientes por ordem de chegada com (pareceu-me), demasiadas
formalidades. Não foi o meu caso, mesmo assim, foi à pele e por intuição que
saltei para dentro do primeiro comboio que atracou naquela platform. E
acertei. Comboio moderno, simples e confortável o bastante, com paragens a mais
para um intercidades. Escolhi este meio de transporte porque queria ver à luz
do dia a paisagem desde a capital até à rainha dos Cárpatos, 300 Km mais a sul.
À partida, mantinha-se o mau tempo da véspera, frio, chuva e
uns míseros 15 graus. Avançando para sul e como expectável, começou a melhorar.
Primeiro algumas abertas, depois sol descoberto e à chegada a Glowny, estação
central de Krakow … um dia de Primavera, o que, para esta latitude … não é mau.
Os trezentos quilómetros que separam as duas cidades levam
cerca de três horas e meia a percorrer, de comboio, através de uma paisagem
plana a fazer lembrar o Alentejo. Mas, ao contrário do nosso Chaparral, terrivelmente
monótona, sem nada de especial que chame a tenção do viajante. Sucedem-se
extensas parcelas de restolhos de cereal de pragana intercaladas por faixas de
um verde luxuriante, o que leva a crer que as cearas estão em diferentes fases
de desenvolvimento. Só no último terço do trajecto o solo se apresenta
levemente ondulado, formando colinas cobertas por pequenos bosques que conferem
à paisagem um certo ar desordenado e selvagem. Na zona de transição, observei
manchas de produção florestal organizada com predominância de árvores de tronco
recto e esguio. Seriam abetos? Já mais próximo do final da viagem, reapareceram
os cereais, agora dominando o milho. Vêm-se também extensos batatais, campos de
hortícolas e algum gado vacum.
Para a minha estadia em Cracóvia reservei um apartamento
situado a cerca de dez minutos a pé do centro (Stare Miasto), o que tem
constituído um excelente exercício do qual, com mais de 100 Kg de peso, bem
precisado estava!
Roteiro da Viagem
1.
INÍCIO DA
VIAGEM: Quarta feira, 6 de Julho de 2016
Pombal –
Porto (Campanhã)
IC | AP 15h11-16h44 duração da viagem: 1h33
Campanhã – Aeroporto Sá Carneiro (Metro)
xxxxxx
2.
Porto Airport (OPO) → Warsaw Chopin (WAW)
06/07/2016 19:50 - 00:35
Voo: W6 1596
Confirmation number: ND4Z4K
Aeroporto Frederic Chopin , localizado
à 10km do centro da cidade tem fácil acesso tanto de carro quanto de ônibus.
Bus:
Linha 175: diário de 04:50
às 23:00 parada na Estação ferroviária, tempo de viagem aproximados 25 minutos
a estação fica à 5 minutos do centro
Linha 188: diário de 04:23
às 23:30 , parada Estação Politécnica , tempo de viagem , aproximados 22
minutos, segue para um subúrbio cerca de 5 km do centro.
Linha N32: Noturno funciona de 23:09 às 04:39 parada
na Estação ferroviária , tempo de viagem aproximados 20 minutos
O preço do ônibus é o mesmo
tanto diurno quanto noturno , para um percurso de até 20 minutos 2,00 Zl , 40
minutos 2,80 zl,60minutos 4,00Zl.
Táxi: (Ele táxi, Sawa táxi
ou Super táxi). A viagem até ao centro custa cerca de 40 PLN.
Obs. - Os táxis oficiais têm
o nome da empresa no tejadilho, bem como uma faixa vermelha e amarela lateral
Hotel: Premiere Classe Varsovie/Warszawa. Ul. Towarowa 2 +48226240800
xxxxxx
3.
Comboio Intercidades
WAW Varsóvia
- KRK Cracóvia
a)Train EIP5302
EIP Premium Service
Depart: Warszawa Centralna 09:50
Arrive: Krakow Glowny 12:19
Seating Reserved - High-speed
Pendolino train service
Total ticket price: 173 PLN
b)Train IC13113
Korczak
Depart: Warszawa Centralna 10:30
Arrive: Krakow Glowny 13:56
Seating Reserved
Total ticket price: 83 PLN
c)Bus
10:00 Warsaw 14:55 Kraków direct 04:55h
Warszawa, Dworzec Autobusowy Metro Młociny
Krakow, Ul Bosacka
*Esta é a primeira página do roteiro que elaborei para esta viagem
Varsóvia numa noite chuvosa e fria. Foto obtida através da janela do meu alojamento.
Um cantinho da minha "residência" em Cracóvia.
Relíquia.
Largo frente à Estação Central /Krakow Glowny)
Por baixo deste viaduto entramos na cidade vellha /Stare Miasto)
Uma paragem de tuc-tuc's. Por trás, o edifício do Teatro de Cracóvia.
Os modelos "retro" estão na moda!
Uma feira de velharias na praça principal da cidade - Rynek Glóvny.
Nesta mesma praça, de dia ou à noite, há sempre espectáculos e espectadores.
Os músicos fazem uma pantomina enfiando literalmente os seus instrumentos, baldes de plástico, pela cabeça abaixo!
Ovelha melómana.
Praça RyneK Glówny, a maior da Polónia e uma das maiores da Europa, Aqui podemos apreciar a beleza d aBasílica de Stª. Maria e suas majestosas torres.
São às dezenas as lindíssimas charrettes puxadas por cavalos aparelhados a condizer. Todas conduzidas por belas raparigas em trajes tradicionais que não param de assediar os eventuais clientes.
Rynek Glówny - Mais um espectáculo de pantomina.
Este edifício (Cloath Hall), situado no centro da praça, será porventura um dos mais antigos shopping's do mundo. Aqui, os mercadores vendiam tecidos de todas as proveniências. Continuam sendo uma galeria comercial.
A cada passo encontramos alguma coisa que evoca o martírio do povo polaco, dos judeus particularmente, durante a segunda grande guerra. Uma cruz de madeira no local de fuzilamentos, uma janela quebrada (cristal nacht ?), sapatos das vítimas espalhados pelo chão. Aqui bem perto fica um dos mais "famosos" campos de extermínio: Auschwitz, aquele cuja legenda era "Arbeit macht frei". Não visitarei.
Na mesma praça, a torre do antigo município.
Escultura homenageando o pessoal da representação.
E aqui, a ala dos restaurantes.
Este é o Sioux, o meu preferido.
Outra vista Praça e do medieval armazém das roupas.
Espectáculos a cada canto de Rynek, também conhecida como a Praça do Mercado.
Idem.
Um bando de "putos empoleirados numa estátua que homenageia Adam Mickiewicz, poeta do séc. XIX.
Torre e portão de S. Floriano. Fazia parte do complexo de defesa exterior da cidade. Aqui chegados, saqueadores e outros bandidos, tinham duas opções: Ou retrocediam ou morriam na na tentativa para entrar na urbe.
A Barbacã, Representante da aparência medieval da Polónia, fazia parte do complexo de defesa exterior da cidade. Pela sua porta desfilaram importantes figuras da nobreza europeia.
Modernas galerias ...
... que além de modernas são enormes, situadas por cima das plataformas de acesso aos comboios. Imagine-se a dimensão das multidões que por aqui passam diariamente.
Decoração de uma parede exterior das Galerias Cracovianas.
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