E a rua que se segue ao bonito arco da foto anterior.
Pintura mural representando os principais ícones da civilização Inca.
Obelisco situado num pequeno jardim da cidade no início da via que conduz ao aeroporto.
No exterior de um mercado de bairro ...
... e agora no seu interior ...
... e aqui, no mesmo mercado, na zona dos comedores, uma espécie de cantinas ou restaurantes populares onde se pode tomar uma refeição por cerca de um euro. Para nós o atractivo não foi o preço, mas o privilégio de conviver com os peruanos.
Panelas, panelões, caldeiros e alguidares com alguma javardice pelo meio. Ai se a nossa ASAE fizesse uma visita ... !
Loja de venda de roupas tradicionais.
La Paz, hotel Columbus, 8 de Dezembro de 2009. São 6 horas da manhã; desperto com a ténue claridade que a custo trespassa o ligeiro cortinado que protege o janelão que dá para as traseiras do hotel. Aí funciona o parque auto da companhia eléctrica boliviana onde os técnicos começam a carregar as carrinhas com escadas e escadotes e demais ferramental com que acorrem às chamadas do dia. Em crescendo, chega-me o ruído do tráfego automóvel na avenida Illiani, fronteira ao hotel. O Luís parece dormir profundamente pelo que num primeiro momento decido acordá-lo apenas depois de concluir as minhas abluções matinais. Por outro lado, o meu sócio é daqueles cujo lema é “temos tempo … “ e não raramente acaba entalado em apertos de horário! No meio da minha hesitação, ouço-o resmungar um bom dia estremunhado. Recordo-lhe que o nosso voo para Cusco descola às 09h15 e nestes países excessivamente controleiros para o meu gosto, as duas horas de antecedência que nos impõem para comparência no aeroporto, não nos permitem grandes larguezas. Temos ainda que contar com uma boa meia hora de automóvel até à aerogare, por isso … vamos lá a despachar, digo-lhe eu. Pelas 06h45 já nos encontramos na recepção do hotel com armas e bagagens quando chega o nosso guia e motorista, o senhor Martin, cujo serviço havíamos deixado contratado (e pago!) na véspera. Partimos de estômago vazio dado que a sala do restaurante onde são servidos os pequenos-almoços só abria às 07h00, o que acabaria por nos dar oportunidade de nos desembaraçarmos dos últimos bolivianos despendidos num glorioso mata-bicho “aeroportuário”, uma vez cumpridas as formalidades. Descolámos com sol e uma visibilidade excelente, num voo sem história nem sobressalto. Revimos lá do alto a inesquecível paisagem paceña que tanto nos impressionara à chegada e em breve estaríamos sobrevoando, mais uma vez, a já nossa conhecida cordilheira andina. Do meu ponto de observação a bordo pude contemplar com algum pormenor uma orografia rude e ao mesmo tempo magnífica, qual cartolina enrugada por mão gigante, onde picos nevados aparentando estar mesmo ali ao alcance da mão delimitam desfiladeiros e vales profundos onde verdejam campos de cultivo e lagos de um azul cristalino. Uma das coisas que mais me impressionou foi a observação de sinais de actividade humana a altitudes inimagináveis, tais como construções (abrigos?) e até parcelas cultivadas. Subitamente, as condições meteorológicas alteraram-se e à nossa chegada a Cusco fomos saudados por uma chuva miudinha e gélida, que no entanto, não foi impedimento para ainda no ar, termos uma panorâmica desta encantadora cidade. Encantadora e riquíssima, sobretudo em valores de natureza histórica e cultural já que foi a capital do mundo andino e ao mesmo tempo a cidade sagrada dos incas, mas também pelo dinamismo que a actividade turística lhe confere, muito favorecida pela proximidade de ex-libris como o Vale Sagrado ou Machupicchu. Topograficamente, a cidade é muito fácil de entender; situada a 3360 metros de altitude, possui uma extensa avenida orientada no sentido leste-oeste em cujo topo ocidental uma bela Plaza de Armas, ajardinada e rodeada por magníficos monumentos, é ponto de passagem obrigatória para quantos a visitam. De forma quadrangular, descai ligeiramente para sul, apresentando o lado norte praticamente todo ocupado com uma imponente construção do sé. XVII, a Catedral, onde no dia da nossa visita decorriam os principais festejos em honra de Nª Sª da Conceição. No lado oriental da praça encontra-se a Igreja da Companhia de Jesus, famosa pelo seu rico acervo em objectos de culto manufacturados em ouro e prata puros. A sul e poente, encontram-se as principais estruturas de apoio ao turista como bares, restaurantes, agências de viagens, bancos etc. No raio de apenas duas ou três quadras fica contido todo o núcleo histórico de Cusco, que engloba as igrejas de Santo Domingo, das Mercês e de S. Francisco entre outras, o belo arco de Santa Clara, o município e a sua praça, o mercado central e a estação CF de onde partem os comboios rumo a Machu Picchu, universidade, museus e casas de cultura. Muito parecida com algumas cidades do interior português onde impera o mesmo tipo de construção e a dimensão média dos edifícios não ultrapassa os dois ou três pisos em que predomina a cor branca, ruas mais ou menos rectilíneas dispostas ortogonalmente entre si, confluindo numa espécie de espinha dorsal que é a sua avenida principal, Cusco faz-nos sentir “em casa”. Ficará na minha memória como uma cidade a revisitar obrigatoriamente.
Instalados no hostal Albany, a dois quarteirões da Pl.de Armas, dele fizemos a nossa base para o ataque ao Machu Picchu que abordarei no próximo post.
juan-jovi@sapo.pt
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