segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

54 - La Paz: Imagens de um city tour.

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Após uma caminhada de quatro horas e meia a pique, atingimos o ponto mais alto da cidade. Ficámos a saber que nos encontrávamos no Bº do Sagrado Coração, uma vasta área comercial e residencial situada num planalto a 4060 metros de altitude. Na foto, obtida num parque desta zona, o Luís posa ao lado de uma escultura do Che feita de pedaços de metal recuperados da ferralha.
No miradouro do Sagrado Coração, junto a uma escultura representativa de Jesus Cristo.
Uma vista do mesmo miradouro.

Uma vista da cidade de La Paz a partir do miradouro do Sagrado Coração. Repare-se no formigueiro urbano constituído por milhares de habitações construídas com tijolo cozido, não rebocado, que praticamente não contrasta com a cadeia montanhosa que rodeia a cidade.
A escalada. Nas costas do Juan, note-se o tipo de carreiritos que têm de palmilhados por quem quer chegar ao topo da Serra, como os paceños denominam a elevação onde se encontram as antenas retransmissoras.

Um alto ou bairro popular situado num ponto elevado da cidade.

Outro alto. Ao fundo o pico coberto de gêlo do Illimani ou águia dourada.
Aqui, o Luís reabastece arrecadando uma sandes de pollo num restaurante de rua.

Um mercado domingueiro ao ar livre, num bairro popular.

Centro. Igreja de S. Francisco em frente da qual aterrei vindo directamento do aeroporto, a meia hora de carro, no dia da chegada (4 Dez).
A avenida onde se encontra o nosso hotel (Columbus).

No hotel, às voltas com o Magalhães tentando pôr a escrita em dia para não defraudar as expectativas dos meus seguidores!

Num restaurante de nível superior (situado no primeiro andar!). À mesa com o Martin e o Luís.

Interior do mesmo restaurante. Parece e é, uma casa de antiguidades!

Varanda do mesmo restaurante onde a tabuleta nos diz muito aproriadamente "Aqui onde o ontem é hoje".

A Feira das Bruxas. Rua comercial onde se pode aquirir uma mézinha tradicional para qualquer tipo de encrenca, seja ela do corpo ou da alma.

Uma rua comercial da Baixa onde se vende sobretudo artesanato.
Na foto de baixo, uma vista do Vale da Lua a norte de La Paz.
No Vale da lua. Este campo de futebol fica a 4000 metros de altitude!

O Vale da Lua é um parque natural onde grandes massas de arenito esculpidas pela água das chuvas e ventos, assumem formas Gaudianas a fazer lembrar a Sagrada Família de Barcelona.

A entrada do parque Vale da Lua.



Um almoço com consequências ...


No post anterior, tínhamos ficado a acompanhar a noite eleitoral através da TV no quarto do hotel Columbus em La Paz. Referi também que esse dia (6 Dez. 2009), tinha sido particularmente duro em termos físicos já que tínhamos decidido – e cumprido! – o objectivo de atingir o ponto mais alto da cidade à cota de 4060 metros a partir do seu centro, através de um exercício de caminhada. A meio da tarde estávamos de regresso, esfalfados e famintos, sem o consolo de ter por perto nem que fosse um modesto restaurante, encontrando-se todos encerrados por determinação governamental por ser dia de eleições. Encontrámos um numa rotunda muito próximo do hotel, modestíssimo, onde se vendiam chorizitos grelhados no carvão ao ar livre, pão e coca-cola. Para não me alongar, direi apenas que tão frugal refeição me pareceu um banquete. A mim, não ao meu sócio Luís! O dito chorizito tinha de facto a forma do enchido conhecido por nome semelhante entre nós. Quanto ao conteúdo, bem … não correspondeu. Tratava-se de uma massa pastosa de carne picada como se fosse para hambúrguer, bastante condimentada, completamente crua no interior e que se esborrachou mal a apertei ligeiramente dentro do papo-seco. Acerca do animal de onde proveio, enigma total dado que por estas paragens se come cerdo e gado vacún, para além de bichos um pouco estranhos como iaque, llama, vicunha etc. Esta descrição quase exaustiva da nossa merenda não teria o menor cabimento, não fossem as consequências que poderiam ter sido desastrosas para o desenrolar futuro da nossa viagem. É que o amigo Luís não tardou em apresentar sinais evidentes de intoxicação alimentar que ocultou com todo esmero, enquanto pôde. Só no dia seguinte me confessou que tinha passado a noite de levanto devido a uma real caganeira e a uma não menos majestática vomitadeira! Recorrendo à farmácia de urgência que sempre me acompanha, propus-lhe o tratamento adequado que iniciou de imediato assim como hidratação abundante e dieta sem resíduos. A fase aguda da maleita cedeu em vinte e quatro horas, deixando no entanto uma anorexia moderada que levou o Luís praticamente ao osso. Contudo, a minha máquina não recalcitrou! Porque tive mais sorte com o meu quinhão? Ou porque já cá moram os sete alqueires e meio da dita que cabem a cada um de nós e or isso já estarei imunizado? Não pensem os amigos que só entrámos em restaurantes chunga. Também frequentámos alguns de nível superior (situados no primeiro andar!), como aquele cuja fotografia se reproduz, onde o Luís sempre aberto a experiências gastronómicas acabou por rejeitar o belo bife de llama que encomendou, por lhe saber a fígado de porco! Houve outras aventuras de faca e garfo que ficarão para calenda apropriada.
Antes de terminar, quero reportar o excelente city-tour em que tivemos oportunidade de visitar os locais mais turísticos de La Paz na companhia do nosso guia e motorista, senhor Martin, detentor de vasta cultura geral e grande profissionalismo, que bastante nos ensinou acerca dos aspectos mais marcantes da vida social, política e económica do seu país.
juan_jovi@sapo.pt

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