quinta-feira, 8 de julho de 2010

74 - Benvinda!

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O soninho dos justos após uma cansativa viagem de quarenta semanas ...

O pai, Pedro Manuel, a mãe Lena, a Joana e Mariana, a terrível de dedo no nariz.

A Lena (Helena) com as duas filhotas ao colo.

E o baboso do avô pegando pela primeira vez a Joaninha, a sua neta mais nova.

Dentro das previsões médicas e astrológicas, apresentou-se no passado dia 26 de Junho mais um elemento da nossa sociedade, novinho em folha, a quem foi dado o nome de Joana Junqueira Quintas. Refiro-me naturalmente ao nascimento de mais uma neta, a primeira da presente temporada, aguardando-se para breve a chegada de dois rapazes, devendo o primeiro dos varões (e varrasco, assim o espero!), comparecer já em Setembro e o outro em Outubro. Trata-se de património humano, de valor inexcedível para seus pais bem como para o mais inchado dos avôs e, atrevo-me a dizê-lo, vital para o país, dado que com os actuais índices de natalidade a minha geração só pode esperar ser cuidada por robots num futuro próximo. Ou, parodiando um pouco, tal como vi num mail enviado pelo amigo Santos Oliveira, não tardará para que Portugal faça parte do Emirato Mourisco da Ibéria à semelhança da França que no futuro é provável que venha a ser conhecida como República Islâmica da Argélia do Norte, a Alemanha será a Nova Turquia e por aí fora! Nada tenho contra os “invasores” e a todos desejo êxito e as maiores felicidades nos países que adoptaram como segunda pátria. Mas não será por desrespeito ao mandamento Bíblico – multiplicai-vos! – que a minha linhagem vai facilitar a vida aos novos conquistadores. Ou pelo menos assim parece. De resto, todos sentimos que um lugar, uma terra, um país sem a energia vital das crianças não tem futuro e o presente é apenas virtual. Por isso pessoal, mãos à obra, mas obra sem mãos por favor!
Para terminar, uma pequena história ocorrida por esta altura há cerca de dois anos. Metido em trabalhos por atalhos, cheguei na companhia da filha mais velha (Cinda), marido e filhas (Inês e Carolina), a uma recôndita aldeia do Douro de que já não lembro o nome, bem acima da barragem do Pinhão. Estávamos a meio da manhã e por isso procurámos o único estabelecimento do lugar, propriedade de emigrantes na Alemanha recém-regressados, para o primeiro cafezinho do dia. Enquanto saboreávamos a bebida e dado que a aldeia parecia estar suspensa no tempo não se vislumbrando a existência de qualquer veículo motorizado, oferecemos às pequenas a posibilidade de brincarem livremente numa ou duas dezenas de metros quadrados à nossa volta, enquanto íamos observando o movimento da terra. Os aldeâos, quase todos muito idosos, passavam a caminho ou de regresso das fazendas. A pé, sachola ao ombro ou escarranchados no dorso de burricos, os mais afortunados no banco do desconjuntado carro puxado por mulas cansadas, quase tão velhas como os seus donos. As imagens eram-me familiares, senti-me teletransportado ao tempo da minha própria meninice. Mas estas pessoas, ao contrário dos velhotes da minha infância, projectavam no caminho rústico que pisavam a sombra da solidão. Passavam sós, em silêncio, não traziam putos pela mão, nem nos ceirões dos jumentos nem no banquito da carroça gingona. Ao aproximarem-se da pequena esplanada onde as minhas netas de quatro e seis anos brincavam, a expressão dos seus rostos iluminava-se, o olhar ganhava vida, dialogava. A sua fome de crianças era tal que o resto da manhã das garotas foi passado com estes estranhos, em natural e espontâneo passeio por carreiros e ruelas entre casas de xisto daquele lugarejo onde a vida se esvai ao ritmo dos nascimentos que não acontecem.
Juan_jovi @sapo.pt

1 comentário:

  1. São apenas MARAVILHOSOS os aditamentos que vão chegando á Família, JUAN.
    São a "chama", em crescimento e o brindar á Vida e juventude que, infelizmente, já começa com tendências a escassear.
    Sejas tu, Feliz, e sejam felizes todos os que partilham das benesses da Vida que agora Vos foi presenteada.

    O futuro já promete mais. A ansiedade já está aí.

    Ah, JUAN, como deves sentir a Vida bela!!!

    Que todos vós possam comungar de igual felicidade.
    Que este (Joana) e os futuros "presentes" sejam eles mesmos felizes para felicidade de todo o "Clã".

    Partilho contigo da felicidade de Avô.

    Santos OLiveira

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