Ceia no tourist kitchen da pousada de juventude de V. Nª de Foz Côa. Da esquerda para a direita: Maria da Luz, Júlio, pai do Luís (fotógrafo de serviço!), Manuel, marido da Mª da Luz e moi-même, o Juan.
Castelo de Trancoso. O Júlio segura a base do cruzeiro.
Viaturas estacionadas no parque da GNR da Guarda.
Restaurante típico "O Viveiro".
O Luís entrega ao vilhena o "diploma" da condecoração que lhe foi outorgada por mérito turístico.
C.M. de Almeida.
Caminhando numa rua da sua "cidade", o Henrique Vilhena.
O grupo de passeantes em Almeida.
Militar e montada (manequins) à entrada do museu histórico-militar de Almeida.
Sentinela (manequim) apresentando arma à entrada do mesmo museu.
No dia 27, quinta feira, o toque de alvorada previsto para as 08h00 da manhã só à custa de muito peito conseguiu arrastar de vale de lençóis para a sala do pequeno almoço os estremunhados passeantes, após um dia exaustivo para homens e máquinas a exigir uma noite bem dormida. Como o dever não perdoa e o combinado é para se cumprir, lá estava para dejejuar connosco no Hotel Parador de Almeida o Henrique Vilhena, distinto filho da terra e cicerone de mão cheia. Com ele percorremos todos os recantos da pequena localidade prestando especial atenção às explicações que nos dava acerca da concepção arquitectónica da fortaleza, sua finalidade e vicissitudes a que esteve sujeita, fruto de guerras e revoluções.
Terminada a visita, a caravana rumou à cidade da Guarda onde nos aguardava o almoço num restaurante típico, propriedade de uma família amiga do Vilhena. Mas antes, havia que merecê-lo e, para isso, foi necessário palmilhar, com muito gosto diga-se, a maioria das ruas e vielas da cidade dos cinco efes: Forte, farta fria, fiel e formosa! Por gentileza do comando da GNR local, as viaturas ficaram “retidas” no respectivo parque de estacionamento enquanto, empunhando “armamento” digital, atacávamos parques, jardins, igrejas e tudo o que mostrasse a patine dos anos corridos, recolhendo lembranças para mais tarde recordar. Foi um regalo para a vista e um estimulo para o apetite, de maneira que, à mesa do restaurante “O Viveiro” jaquinzinhos, fêveras, lentriscas e outros petiscos tardavam em acalmar o “lobo” que havia dentro de nós! A meio da tarde, era hora de pensar no regresso pois circular durante a noite com viaturas tão idosas pode tornar-se numa aventura com final menos feliz. Antes, havia que passar por casa de certos “contactos” para levar para casa generoso fornecimento de queijo, pão de centeio, cerejas e outros mimos. E foi aqui que se deu uma espécie de “cisão”. Enquanto uns, contrafeitos, tiveram que regressar a casa por força das suas obrigações, tanto mais que estávamos a meio da semana, um pequeno grupo do qual tive o prazer de fazer parte decidiu ampliar o âmbito geográfico e temporal da digressão. A boa disposição, o maravilhoso bom tempo que fazia na altura e o gosto pelas viagens incitavam-nos a continuar. Despedidas e promessas de breve reencontro deram-se ali mesmo à porta do restaurante, tomando o grupo “rebelde” o caminho de Trancoso. Nesta vila apreciámos um dos seus ex-líbris, as sardinhas doces, e visitámos outro, a casa onde viveu o padre Costa, o tal que fez filhos na mãe, irmãs, madrinha, tias e tudo quanto usasse saia! Duzentas e noventa e nove crianças no total, que lhe valeram o perdão de D. João II e a comutação da pena de morte a que foi condenado por comportamento indecente, dado o contributo que representaram para o processo de colonização da Beira Alta que então arrancava. O padre Costa quase me fez esquecer outra ilustre figura desta terra, o sapateiro/poeta/profeta António Bandarra (1500 – 1556) que aqui possui túmulo e estátua.
De Trancoso partiríamos tarde mas a boas horas em direcção a Vila Nova de Foz Côa onde chegámos a tempo de buscar alojamento numa excelente pousada de juventude já minha conhecida, construída a pensar nos visitantes das gravuras dos quais não se vê nem rasto. Na tourist kitchen da pousada partilhámos uma ceia “opípara” constituída por queijo da serra, chouriço, pão e fruta … e lá se foi o farnel – para as emergências - do companheiro Júlio! Ainda houve tempo para um reconhecimento by night à localidade após o que nos entregámos a Morfeu.
juan_jovi@sapo.pt
Vista do Hotel Parador de Almeida.
Segundo dia do passeio em carros antigos. De Almeida a Vila Nova de Foz Côa.
Segundo dia do passeio em carros antigos. De Almeida a Vila Nova de Foz Côa.
No dia 27, quinta feira, o toque de alvorada previsto para as 08h00 da manhã só à custa de muito peito conseguiu arrastar de vale de lençóis para a sala do pequeno almoço os estremunhados passeantes, após um dia exaustivo para homens e máquinas a exigir uma noite bem dormida. Como o dever não perdoa e o combinado é para se cumprir, lá estava para dejejuar connosco no Hotel Parador de Almeida o Henrique Vilhena, distinto filho da terra e cicerone de mão cheia. Com ele percorremos todos os recantos da pequena localidade prestando especial atenção às explicações que nos dava acerca da concepção arquitectónica da fortaleza, sua finalidade e vicissitudes a que esteve sujeita, fruto de guerras e revoluções.
Terminada a visita, a caravana rumou à cidade da Guarda onde nos aguardava o almoço num restaurante típico, propriedade de uma família amiga do Vilhena. Mas antes, havia que merecê-lo e, para isso, foi necessário palmilhar, com muito gosto diga-se, a maioria das ruas e vielas da cidade dos cinco efes: Forte, farta fria, fiel e formosa! Por gentileza do comando da GNR local, as viaturas ficaram “retidas” no respectivo parque de estacionamento enquanto, empunhando “armamento” digital, atacávamos parques, jardins, igrejas e tudo o que mostrasse a patine dos anos corridos, recolhendo lembranças para mais tarde recordar. Foi um regalo para a vista e um estimulo para o apetite, de maneira que, à mesa do restaurante “O Viveiro” jaquinzinhos, fêveras, lentriscas e outros petiscos tardavam em acalmar o “lobo” que havia dentro de nós! A meio da tarde, era hora de pensar no regresso pois circular durante a noite com viaturas tão idosas pode tornar-se numa aventura com final menos feliz. Antes, havia que passar por casa de certos “contactos” para levar para casa generoso fornecimento de queijo, pão de centeio, cerejas e outros mimos. E foi aqui que se deu uma espécie de “cisão”. Enquanto uns, contrafeitos, tiveram que regressar a casa por força das suas obrigações, tanto mais que estávamos a meio da semana, um pequeno grupo do qual tive o prazer de fazer parte decidiu ampliar o âmbito geográfico e temporal da digressão. A boa disposição, o maravilhoso bom tempo que fazia na altura e o gosto pelas viagens incitavam-nos a continuar. Despedidas e promessas de breve reencontro deram-se ali mesmo à porta do restaurante, tomando o grupo “rebelde” o caminho de Trancoso. Nesta vila apreciámos um dos seus ex-líbris, as sardinhas doces, e visitámos outro, a casa onde viveu o padre Costa, o tal que fez filhos na mãe, irmãs, madrinha, tias e tudo quanto usasse saia! Duzentas e noventa e nove crianças no total, que lhe valeram o perdão de D. João II e a comutação da pena de morte a que foi condenado por comportamento indecente, dado o contributo que representaram para o processo de colonização da Beira Alta que então arrancava. O padre Costa quase me fez esquecer outra ilustre figura desta terra, o sapateiro/poeta/profeta António Bandarra (1500 – 1556) que aqui possui túmulo e estátua.
De Trancoso partiríamos tarde mas a boas horas em direcção a Vila Nova de Foz Côa onde chegámos a tempo de buscar alojamento numa excelente pousada de juventude já minha conhecida, construída a pensar nos visitantes das gravuras dos quais não se vê nem rasto. Na tourist kitchen da pousada partilhámos uma ceia “opípara” constituída por queijo da serra, chouriço, pão e fruta … e lá se foi o farnel – para as emergências - do companheiro Júlio! Ainda houve tempo para um reconhecimento by night à localidade após o que nos entregámos a Morfeu.
juan_jovi@sapo.pt
Dizes que o Roteiro é das Aldeias Históricas. Vejo imagens quase majestosas a perspectivar tempos áureos da nossa História. Espreitam-se máquinas de outros tempos, também eles gloriosos. Mas as coisas são como são. Uns, podem. Outros, não.
ResponderEliminarSe a sã convivência é, por si só, um Monumento, então acrescento que conseguem dar uma nova imagem e glória a este Portugal.
Um bem haja a todos os Confrades
Santos Oliveira