Obs:Há música no Player. Logo que possível acrescentarei mais alguns títulos. Como hoje é Domingo de Páscoa, os dois primeiros temas são a condizer.
O terceiro dia da nossa
viagem (6 de Março) estava destinado a uma visita necessariamente rápida, a
alguns dos inúmeros pontos de interesse de Bangkok.
Constava do programa “… passeio ao Wat Traimit com o Buda de ouro, ao
colossal Buda reclinado no Wat Pho e ao templo de mármore branco Wat
Benjamabophit. Depois de almoço que será num restaurante local, terá lugar a
visita ao Grande Palácio … que é uma das mais bonitas amostras da corte Siamesa
… e ao maravilhoso Buda Esmeralda”. Com um plano de trabalhos tão extenso,
o nosso dia teria forçosamente de começa bem cedo. Pelas 6 da manhã, o serviço de despertar acordou uns tantos
dorminhocos ainda não refeitos do jet-lag. Mas não todos, como foi o meu caso,
devido a eventual falhado serviço. Dando pela não comparência ao pequeno almoço
de alguns dos seus “súbditos”, a implacável
Stella arranca direito aos quartos dos faltosos
e com umas pancaditas nas portas pôs toda a gente na vertical. E acreditem
ou não, o despertar foi a parte mais
“dolorosa” da viagem, do primeiro ao último dia. Dado que, segundo o critério
de sua alteza a nossa amiga e guia
portuguesa Stella, autora do projecto, o acordar
nada tinha a ver com o deitar! E às sete e meia da manhã de tantos dias
quantos durou o circuito, todos tinham que estar muito bem pequeno-almoçados, felizes e sorridentes, a bordo do autobus. Depois
de apanhar a malta toda ocupando os respectivos lugares, sorriso rasgado e trinado
na voz, a nossa guia acompanhante pegava no microfone e com um “bom dia
alegria” declarava iniciados os trabalhos. Com o efeito esperado de atrair a
boa disposição mas, surda aos pedidos de clemência.
Esta foi uma rotina de que não conseguimos libertar-nos até ao final da viagem.
Bangkok é sem dúvida uma
cidade muito bonita quer durante o dia quer à noite*, irresistível para os
europeus: Praias, feiras e mercados, parques e jardins, restaurantes típicos, museus,
universidades e centros comerciais com produtos de luxo très bon marche, sem esquecer os banguecoquianos, gente simpática e
muito gentil para com os visitantes, não fosse o turismo uma das principais
fontes de riqueza do país. Aqui chegam todos os meses, em média, quase 3
milhões de pessoas atraídas pelo doce tropicalismo das suas praias,
deslumbrantes paisagens, gastronomia e alojamento de primeira classe. Mas,
aquilo que na minha opinião torna a Tailândia um destino ímpar entre os mais
vocacionados para o turismo de massas, é a sua monumentalidade. Em particular
os 39 mil templos (públicos) erigidos em honra de Buda, qual deles o mais ostensivamente
rico e deslumbrante com entradas generosamente remuneradas.
Aqui chegados, impõe-se uma
breve resenha acerca do que é o Budismo.
O Budismo
não é propriamente uma religião teísta com conceitos e preceitos
semelhantes aos interiorizados por
cristãos ou muçulmanos por exemplo. Buda não é Deus, apenas um homem sábio nascido
quase seis séculos antes de Cristo e autor de uma filosofia de vida que
considera cada humano uma reencarnação de outro ser pré-existente, homem ou
animal, que em ciclos sucessivos se vai aproximando do estado de perfeição
absoluta ou Nirvana. Segundo a tradição, Buda
nasceu em Lumbini, localidade que hoje faz parte do território Nepalês filho de
um rei local Suddhodana, e faleceu
aos oitenta anos de idade, (483 a. C.), em Kushinagar, na Índia.
Aos 29 anos, Sidarta Gautama
(Buda), abandonou as prerrogativas de jovem príncipe para ir em busca de uma
vida espiritual. Estudou sob orientação de vários mestres, praticou a ascese e
a meditação e foi tentado pelo demónio sob a forma de uma serpente chamada “Nara”,
equivalente budista do Satanás dos cristãos. Acabou por escolher o Caminho do Meio: Nem sofrimento
desnecessário ou sacrifícios inúteis, nem demasiado apego aos bens e prazeres
mundanos. Parece que escolheu bem, tantos são os seus seguidores!
De uma forma muito
simplista podemos dizer que os ensinamentos de Buda se encontram condensados no
conceito de Karma,
interpretado popularmente como o
princípio da acção e reacção. Ou seja, cada uma das nossas acções provoca da parte dos
outros uma reacção da mesma natureza. Parece espelhada nesta a chamada regra de ouro dos cristãos: Em Mateus 7:12,
o Mestre usa esse conceito em um de seus ensinamentos: "Assim, em tudo,
façam aos outros o que vocês querem que eles vos façam; pois esta
é a Lei e os Profetas". Por
isso, na relação com terceiros, respeito, sobretudo moderação, honestidade,
pureza de mente, boas intenções etç., são deveres a que nenhum budista se pode furtar.
Buda fundou uma ordem
monástica a quem passou os seus ensinamentos que por sua vez deu origem a três
correntes distintas dentro do Budismo, com o maior número de seguidores no
Tibete, China e Japão. A corrente dominante na Tailândia é o Budismo Teravada,
aquela que a constituição impõe ao próprio monarca garantindo no entanto a liberdade religiosa para todos os
outros cidadãos. Cerca de 95% dos tailandeses praticam o budismo (Teravada).
Muçulmanos Sunitas são principalmente os malaios do sul do país com uma
representação um pouco inferior a 5%. De outras religiões encontram-se apenas
vestígios.
Nesta
visita à Tailândia, a primeira e não certamente a última, assim o espero (!),
fiquei com a impressão posteriormente confirmada pelo guia sr. Pon Tchai de que
muito daquilo que os tailandeses são como pessoas, a sua natureza cortês, a delicadeza
quase docilidade que emprestam a quase todos os seus actos, a aparente rejeição
da violência, o sorriso com que nos interpelam em tom de voz sempre suave ou
seja, o seu Karma, tem muito a ver
(tudo?) com o facto de serem budistas fervorosos. O sr. Pon Tchai vai ao ponto
de trazer na carteira um papelito onde constam os “mandamentos” de Buda em
castelhano, que leu em voz alta para si e seus acompanhantes.
No
entanto, não deve nem pode confundir-se esta maneira de ser do homem tailandês
com espírito de submissão. Antes pelo
contrário, pelo lado do arrocho ninguém lhes leva a palma. Basta dizer, tal
como se encontra abundantemente referido na net, que são o único povo da região
que nunca soube o que foi colonização ou ocupação por potência estrangeira.
E
os turistas que se cuidem, porque cenas como prostituição infantil, excessos de
álcool e desordens, drogas, desrespeito pelos símbolos nacionais entre outros
são tratadas implacavelmente quer pelas polícias quer pelos tribunais. Quando
se trata de tráfico de drogas, então aí deixam mesmo de ser bonzinhos e a punição de que nem os
apelos do Papa salvam os prevaricadores é, invariavelmente, o baraço à volta do pescoço.
Por
outro lado, desenganem-se aqueles que imaginam a Tailândia como um oceano de paz e amor. Desde há décadas
que o país se confronta com problemas de governação. As Forças Armadas, sempre
irrequietas, com alguma frequência despedem
primeiros ministros, suspendem total ou parcialmente a Constituição como é a
situação vigente, em que uma Junta Militar dirige os destinos do país desde 22
de Maio de 2014. Em Bkk, a imposição da Lei Marcial e a forte presença do
exército nas ruas deu origem a greves, manifestações, tumultos de vária
natureza incluindo certas formas de guerrilha urbana com consequente
perturbação (grave) da ordem pública e fortes repercussões (protestos), tanto a
nível interno como internacional e inevitáveis danos à imagem do País. A piorar
tudo, os recentes atentados de natureza terrorista, o mais grave dos quais
ocorreu em pleno mês de Agosto do ano passado e fez 27 vítimas mortais.
Juntemos a estes o problema da guerrilha separatista muito activa no sul do país
(Siam) particularmente nas províncias de Pattani, Yala, Narathiwat e Songkhla onde os muçulmanos da etnia dominante,
malaia, apresentam as suas reivindicações da forma do costume, à bala! E Já lá
vão uns milhares de mortos, entre eles muitos civis (incluindo alguns turistas?).
Curiosamente,
sobres estas matérias, da parte dos nossos guias nem uma palavra. Entendo!
Al Jazeera noticía hoje: (Is Thailand on its way back to democracy? 29 Mar 2016)
Al Jazeera noticía hoje: (Is Thailand on its way back to democracy? 29 Mar 2016)
*Para
o confirmar, dá uma espreitadinha ao
URL seguinte:
(Para
isso, clica sobre aquele link com a tecla Ctrl apertada e depois amplia (dá
zoom) à fotografia).
As
fotos que se seguem foram captadas no dia 6 de Março, 3º da viagem.
Templo de Wat Traimit, a morada oficial do Buda de ouro cujo nome é Phra Maha Suwan Phuttha Patimakon. Em primeiro plano, uma das nossa companheiras.
O autor junto à escadaria do Wat Traimit.
Com o peso de cinco toneladas e meia é a maior estátua de ouro maciço no mundo, e um dos mais preciosos tesouros da Tailândia e do budismo*.
Próximo de tanto ouro e prédios esplendorosos, ainda é possível encontrar algumas ilhas como esta.
Uma entre milhões de fotografias do actual rei da Tailândia espalhadas por por todo o país conhecido como Rama IX. Tem 88 anos (5 Dezº 1927) sendo o monarca que reina há mais tempo e o chefe de Estado mais antigo ainda em serviço de todo o mundo, tendo ascendido ao trono tailandês em 1946. Dizem também que é, um dos monarcas mais ricos do mundo, com um património pessoal estimado em 35 mil milhões de dólares**.
Pouco passa da oito horas da manhã e as multidões já se acotovelam para as visitas, a grande maiorias sujeita a generoso pagamento de entradas.
O descanso dos "guerreiros", da esquerda para a direita; Portela, João Isidoro e Ilídio.
Dentro do Complexo do Palácio Real, conjunto de edifícios de inigualável beleza, iniciado pelo primeiro dos Ramas. Ali estabeleceu a morada real que se manteve até ao sé. XX. Os monarcas seus sucessores foram acrescentando novos edifícios (oficiais), de acordo com os tempos e as necessidades da governação. Hoje, para além dos actos de culto em honra do maravilhoso Buda Esmeralda, serve como Panteão Nacional e, naturalmente, importante atracção turística.
Palácio Real.
Palácio Real.
Palácio Real.
Idem.
Idem.
Idem.
Em primeiro plano, o João Isidoro. No canto direito, uma "companheira".
Aqui, os visitantes procediam a uma espécie de ablução utilizando um botão de flor de lótus para aspergir água sobre as cabeças, uma espécie de bênção budista.
Guarda chinês a uma das portas do Wat Pho, templo onde reside o Buda reclinado, uma gigantesca estátua de Buda com 46 metros de longo e 17 metros de altura, coberta a folha de ouro.
Complexo de Wat Pho, um "parque" de templos. Esta imagem é da net, as da minha câmera por razões desconhecidas foram à vida!
O Buda deitado (ou reclinado segundo alguns).
Hall do restaurante.
Complexo de Wat Pho, um "parque" de templos. Esta imagem é da net, as da minha câmera por razões desconhecidas foram à vida!
O Buda deitado (ou reclinado segundo alguns).
Pormenor da cabeça do Buda reclinado.
Interior não visitado devido a cerimónia em curso.
Uma entrada para o templo de mármore de Carrara.
E aqui, a entrada para um restaurante típico onde nos foi servido um lauto jantar.
Hall do restaurante.
Antes do jantar, um pequeno programa dedicado ao trabalho com elefantes.
E outro com danças tradicionais e...
... música executada com instrumentos tailandeses.
A jantarada, a que seguiu uma apresentação dramatizada sobre usos e costumes do povo tailandês, abrangendo as diversas províncias do país.
*Quando os birmaneses sitiaram a cidade, em 1765, o valor da estátua
foi oculto com um revestimento grosso de estuque e pintada diversas
vezes com tinta cor de ouro. Foi assim que foi salva do saque,
quando a cidade foi completamente destruída em Abril de 1767, um evento
que encerrou o glorioso reino de Ayutthaya. O real valor da estátua permaneceu em segredo durante quase dois séculos.
**Pon Tchai (Bonsai), o nosso primeiro Guia, afirmava convictamente ( e quase nos convenceu!) que Rama IX era o mais querido dos monarcas, uma espécie de pai para o povo que o idolatrava. "Jaime", o seu substituto, garantiu que 50 % ou mais dos tailandeses não podem com o homem.
Mais alguns vídeos. A qualidade não é boa, mas a culpa não é do realizador ... é dos figurantes! Prometo que os da próxima viagem hão-de ser bem melhores, a experiência há-de servir para alguma coisa. Estes servem para ilustrar como eram grandes as multidões que encontrámos em cada um dos locais a visitar.
Mais alguns vídeos. A qualidade não é boa, mas a culpa não é do realizador ... é dos figurantes! Prometo que os da próxima viagem hão-de ser bem melhores, a experiência há-de servir para alguma coisa. Estes servem para ilustrar como eram grandes as multidões que encontrámos em cada um dos locais a visitar.
Vídeo 4
Vídeo 5
Vídeo 6
Vídeo 7
Vídeo 8
Vídeo 9
Jantarada seguida de apresentação teatral no restaurante típico e casa de espectáculos
Siam Niramit.
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