quarta-feira, 11 de maio de 2016

163 - Direito à opinião.


E esta é, naturalmente, a minha.
Por isso, gostaria de dizer qualquer coisa sobre o cantado Túnel do Marão em cuja inauguração tomei parte. Mas … nem sei por onde começar, talvez possa resumir o que neste momento me ocorre nesta frase tão plebeia quanto eloquente: “mais uma treta boa para embalar babacas".
É verdade que se trata de uma obra que à nossa parte custou milhões (que pedimos emprestados).
Também é verdade que, segundo os técnicos, é notável pelas engenharias envolvidas na sua concepção e construção.
E ninguém duvida que se poupam alguns minutos, poucos, ao percorrer o trajecto de 26 quilómetros entre Amarante e Vila Real sobre o qual foi implantado o famoso túnel. Representa mais comodidade e segurança para os utilizadores e, espera-se, menos fatalidades em acidentes de viação. Encontro aí a principal justificação para a realização da obra e acredito ser esse o sentimento de quantos perderam amigos e familiares no antigo IP 4.
Mas, vamos às discursatas dos inauguradores em que se afirma:
- Agora, no Marão, já não mandam (ou vão), apenas os que de lá são. Coisa que nunca aconteceu, o país é uno e dispensa paleio regionalista. Ou esta pérola: O túnel do Marão, "É mais do que uma obra pública. É um símbolo em primeiro lugar de um tempo que acabou. O tempo em que havia os de lá e os de cá."
- O litoral deixou de estar de costas para o interior ( … )
- Inaugurar o Túnel do Marão abre séculos de oportunidades para Trás-os-Montes !!! Oxalá assim fosse.
- Rasgar o Marão, é rasgar um ciclo de novas oportunidades ao desenvolvimento e de novas oportunidades à projeção do país na economia global. Não há aqui modéstia nenhuma!
- Mas foi o governo que teve essa ousadia … ! Para quem haviam de ser os elogios?
- O túnel do Marão é a maior obra de engenharia realizada em Portugal desde a construção da ponte agora designada 25 de Abril. Não há aqui uma ponte, apenas uma pontinha … de exagero!?
- Este é o túnel mais longo (5.665metros) da península Ibérica, dizem os jornais. Mas uma rápida pesquisa pela Net informa os interessados em saber, que em Espanha existem pelo menos dois mais longos, sendo um rodoviário e o outro ferroviário. Retiro da Wikipédia:
El túnel de Somport es un túnel carretero internacional situado en el Pirineo central. Une los valles del Aragón (España) y de Aspe (Francia). Fue construido gracias a un convenio internacional firmado por España y Francia entre los años 1994 y 2002. Fue inaugurado el 18 de enero de 2003. Tiene una longitud de 8.608 metros, de los cuales 5.759 metros se encuentran en el lado español y 2.849 metros en el lado francés. Es el túnel carretero más largo de España.
- Ou, da mesma fonte: “El túnel del Guadarrama es un túnel ferroviario (formado por dos tubos paralelos, uno para cada sentido de la circulación) de 28 km de longitud. Es el más largo construido en España, el sexto más largo de Europa y el noveno de todo el mundo a fecha de 2016. Iniciado a finales del año 2002, su entrada en servicio tuvo lugar el 22 de diciembre de 2007.
Com jornais e jornalistas destes, só falta dizer que o “Europeu” já está no papo e nem é preciso ir aos treinos! 
E, no meio de padres e santas, ei-los que se acotovelavam para ouvir, dar crédito e sobretudo difundir este tipo de propaganda malcheirosa. Muito ao jeito de personagens de má memória diante das quais, o povo atento, venerando e obrigado, devia prostrar-se sempre que da boca lhes saía um traque. Entrevistas e foguetório palavroso são pura bajulação e bojardas do quilate das que acima registei fazem-me lembrar o SNI do tempo do Botas. Acho triste, mas é o que temos. E merecemos?
Do terraço da minha casa onde vivo há mais de 40 anos, avisto 3 autoestradas: A 1, A 8, A 13 e A 17. Devo ser ceguinho, porque além da facilidade acrescida com que os indígenas “fugiram” para Lisboa, Porto ou Coimbra, ainda não detectei nem séculos nem decénios de oportunidades para a região. Pelo contrário, exceptuando o caso da A 1, é um dó percorrer qualquer uma das outras, quase sempre às moscas, onde se podem fazer dezenas de quilómetros sem cruzar com outro veículo. Quando no dia a dia, todos sentimos o transtorno que nos causa o tráfego de mercadorias através das EN’s e camarárias, única escapatória ao pagamento de taxas de portagem obscenas. A somar ao igualmente obsceno ISPP.
Mas, da minha ida a Trás-os-Montes sempre resultou algo de positivo que aqui partilho com os meus amigos e seguidores. De sexta feira para sábado, 7 de Maio, pernoitei em Amarante. Revisitei esta bela cidade onde já não ia havia anos. Fiquei encantado e hei-de voltar, como certamente alguns das muitas dezenas de turistas que encontrei deambulando pelas ruas mais pitorescas. Casam bem a parte antiga com a Amarante moderna, e no meio, garboso, o rio Tâmega. Amarante, linda, acolhedora e com história qb, oferece-nos quase a cada esquina a sua gastronomia, onde sobressai a famosa doçaria conventual ou, umas deliciosas fatias de porco no espeto servidas naquela Tasca à beira rio.
O que eu não sabia, era que a manhã de sábado 7 de Maio estava inteiramente destinada às cerimónias oficiais da inauguração, ao atravessamento do túnel por peões, ciclistas e automóveis antigos. Seria necessário aguardar pela meia noite (00h00 de domingo), para que o túnel entrasse oficialmente em funcionamento. Porém, a essa hora já eu dormia na paz dos justos em Vila Real. Na manhã de domingo, com muito mau tempo, ainda dei uma volta pela cidade, bati umas quantas fotografias de péssima qualidade e, pelas 11h00, fiz-me à estrada. Percorri o túnel, agora no sentido inverso àquele que tinha planeado e num ápice cheguei a Amarante. Tomei a belíssima EN 108 que me conduziu até Peso da Régua, depois por auto-estrada passei por Lamego e cheguei a Viseu. Daqui a Coimbra segui pelo IP 3 (percurso muito chato!) e em seguida, pela A 1 entrei em Pombal a horas de almoço. No total gastei um pouco mais de duas horas, prova irrefutável de que o nosso país está cada vez mais pequeno!
Deixo aqui algumas fotos:


 Igreja de Telões, uma freguesia de Amarante.

 O meu local de pernoita em Telões. Situa-se a cerca de 2,5 Km do centro da cidade.

 Amarante, Igreja de S. Pedro em restauro.

 Miradouro. 

 Amarante, rua comercial quase deserta a um sábado de manhã.

 Igreja de S. Gonçalo.

 Claustros de S. Gonçalo.

 Teto de uma nave dos claustros.

Ponte de Amarante sobre o rio Tâmega. 
 Frontispício da igreja de S. Gonçalo.

 Ponte.

 O belo rio Tâmega.

 Rua comercial com alguns turistas.

 ponte vista do lado oposto à Igreja de S. Gonçalo.

 Restaurante típico.

 Onde se prepara e serve o porco no espeto.

 Rua comercial.

 Lindo recanto. Esplanada debruçada sobre o rio.


 Museu municipal Souza Cardoso.

 Feira semanal.

 Na feira. Flores para transplantar.

 Estátua de Teixeira de Pascoaes. Em fundo, museu municipal Amadeu Souza Cardoso.
Dois amarantinos que dispensam apresentações.

Vila Real. Pousada do Marão.

 Vila Real. Ao fundo, edifício do tribunal.

 Estátua de Carvalho Araújo.

 Vila Real, um pátio da cidade.

 Igreja de S. Dinis.

 Idem.

 Antigo Governo Civil. Hoje, instalações da Psp.


 Vila Real moderna.
 V. Real.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

162 - O toque de Silêncio.

A origem do Toque de Silêncio.

Lenda ou factual, esta é uma história ao mesmo tempo triste e bela que merece ser contada.

Se alguém já esteve num funeral militar e ouviu a sua execução, provavelmente deve ter sentido uma sensação de tristeza profunda, aquele nó que não desata da garganta ou até mesmo algumas lágrimas reprimidas que, uma vez por outra, ameaçam irromper. Subitamente acontece esta explosão interna de sentimentos, incapazes de serem retidos ou controlados. Mas, na verdade, o que poucos conhecem é a história desta canção.    
Tudo aconteceu numa noite do ano de 1862 durante a Guerra Civil Americana, quando o país estava dividido entre a "União" a norte e os “Confederados” do Sul. O Capitão do Exército da União, Robert Elly, estava com os seus homens perto de Harrison’s Landing, no Estado da Virginia estando o Exército Confederado próximo a deles, do outro lado do campo de batalha.
Durante aquela noite, o Capitão Elly escutou os gemidos de um soldado ferido. Compadecido e sem saber de quem se tratava, se este era um soldado da União ou da Confederação, ele decidiu arriscar a vida e trazê-lo até o acampamento para receber cuidados médicos. Com muita dificuldade e medo, arrastando-se por entre os disparos e as explosões, o capitão chegou ao homem ferido e começou a arrastá-lo até o seu acampamento. Quando chegou finalmente às suas próprias linhas, descobriu que na realidade era um soldado inimigo confederado. Mas ele já estava morto e não havia mais nada a ser feito.
Sem motivo aparente, o Capitão acendeu a sua lanterna para, mesmo na obscuridade, tentar ver o rosto daquele soldado. De repente, ficou sem fôlego, paralisado. Tratava-se do seu próprio filho que estudava música numa escola do Sul quando a guerra rebentou. Sem dizer nada ao pai, o rapaz havia-se alistado no exército confederado.
Na manhã seguinte, com o coração destroçado, aquele pai pediu permissão aos seus superiores para dar ao filho um enterro com honras militares, apesar de ele ser um soldado inimigo. Perguntou também se poderia contar com os membros da banda de músicos para que tocassem no funeral, o que foi consentido com alguma reserva. Por respeito àquele pai, disseram-lhe que podiam destacar apenas um só músico. O Capitão escolheu então um corneteiro para que ele tocasse uma série de notas musicais que encontrou no bolso do uniforme do filho, nascendo assim a melodia inesquecível que hoje conhecemos como "Taps" e que também possuía uma letra, que era a seguinte:

”O dia terminou, o sol se foi
Dos lagos, das colinas e do céu.
Tudo está bem, descansa protegido,
Deus está próximo.
A luz ténue obscurece a visão.
E uma estrela embeleza o céu, brilhando luminosa.
De longe, aproximando-se,
Cai a noite.
Graças e louvores para os nossos dias
Debaixo do sol, debaixo das estrelas,
Debaixo do céu,
Enquanto caminhamos, isso nós sabemos,
Deus está próximo.”


Ainda hoje, as pessoas sentem ondas de emoção sempre que ouvem o Toque de Silêncio.

domingo, 8 de maio de 2016

161 - A grande Viagem.

Histórias com nomes.

Pelos padrões de hoje, o Manuel era ainda um menino quando “assentou praça”. Depois de uns volteios com a G3 e umas quantas quedas na máscara com e sem pirueta, atribuíram-lhe a especialidade de corneteiro. Na tropa, o corneteiro é o militar que, à ordem do comandante e através de toques do seu clarim, manda executar e sincroniza um vasto conjunto manobras. É o homem postado frente às tropas em parada, mas pode também marcar o ritmo da marcha de uma força em movimento, anuncia a toda a sua unidade que é hora das refeições, de recolher, fazer silêncio ou levantar (alvorada), está presente no içar e arrear da bandeira nacional, preside ao render da guarda, presta honras militares a vivos e a mortos etç. Digamos que se expressa numa linguagem simples que todo o militar conhece e, se não existissem as palavras, seria o bastante para que cada um soubesse em cada momento aquilo que o corpo militar a que pertence espera de si. 
Os corneteiros têm um treino longo e difícil, são muitas horas a soprar no clarim, instrumento semelhante a uma pequena trompete sem válvulas, palheta ou pistons, cuja sonoridade depende do talento do artista. Para a sua produção musical, não dispõe de outra coisa que não sejam os lábios que aperta ou relaxa na embocadura do dito. Posso garantir-vos que a música até pode soar bem ao ouvido do zé magala, sobretudo quando a ordem subjacente é para descan...sar ou vamos ao tacho. Outras vezes é muito triste, como acontece com o toque fúnebre O Silêncio. Ao ouvi-lo, velhos ou jovens militares mergulham numa profunda melancolia, o coração transborda de saudade e, mesmo que não tenham amigo ou familiar morto em combate, acontece que nem o mais teso consegue segurar a lagrimita! Ouçam-no no Youtube: “O toque do Silêncio = Taps em inglês” 
Na guerra que nós conhecemos, a do Ultramar, não se praticavam cargas a toque de caixa ou de clarim como se vê em certos filmes retratando antigas cenas de guerra. É comum dizer-se que se dança conforme a música. Nós dançávamos ao ritmo dos rebentamentos de morteiro e rpg´s, das rajadas de kalash, degtariev´s ou ppsh e tantos outros utensílios que seria enfadonho citá-los a todos. Nestas circunstâncias, os corneteiros estavam dispensados de actividades ditas operacionais, reservadas aos ases do gatilho.
O Manuel sempre me pareceu o fruto de um casual encontro entre o azar e a má sorte. Para além da pobreza extrema, desconheço outros pormenores da sua infância. Sei sim, que ainda muito novo se mudou de Matosinhos para o Porto a fim de trabalhar como empregado de mesa e assim ajudar a criar irmãos mais novos como era costume na altura. Foi no exercício dessas funções que o conheci, na tropa. Não participando directamente em acções de combate por não ter sido essa a sua preparação, o Manuel ficou adstrito ao serviço na messe de oficiais e sargentos e, nessas funções, revelou-se um militar digno de louvor a todos os títulos. Competente, sempre atento às preferências dos seus superiores, o que mais impressionava neste homem era o seu nível de delicadeza, entre o aprumo militar e a humildade bem educada. No olhar, uma sombra de tristeza cujos porquês ninguém ousava questionar. Apesar da confiança e amizade que granjeou junto dos seus maiores, raramente o vi sorrir ou soltar uma graçola tão ao jeito dos seus colegas na vida civil.
Como a maioria dos outros elementos da Companhia de Caçadores 2753, passou à disponibilidade em Agosto de 1972, regressando à terra natal (?) na região do Porto. Passaram-se muitos anos, mais de trinta, sem que alguém soubesse dar notícias do Manuel. Sem êxito, procurei-o no antigo endereço de jovem mancebo, por bares e esplanadas da capital do norte. É de referir que na altura não existiam telemóveis e os fixos não eram para todos. Evidentemente que face-book, twitter etç., nem em sonhos.
Apareceu um dia num convívio realizado ali para os lados de Santa Comba, para o qual se conseguiu reunir apenas um pequeno grupo de ex-militares da nossa Companhia. Talvez por se encontrar bastante deprimido, parecia mais apático que nunca, aparentando alguma dificuldade em suportar a profunda tristeza que lhe ia na alma e com a qual convivia desde criança.
Falou-me por alto dos problemas de saúde e familiares que o atormentavam. Abandonado pela mulher, desprezado por uma filha que havia ajudado (?) a licenciar, vítima de doença oncológica que o debilitara imenso, refugiara-se no álcool e, com esta atitude, agravou naturalmente, todos os problemas que já tinha. 
Depois de dar à costa voltou a estar presente num outro encontro, este na região das Caldas da Rainha onde compareceu, aproveitando a boleia e a companhia de um ex-graduado da C. Caç, também ele residente no Norte. Nos entretantos, quer através de pedidos de ajuda formulados por telefone umas vezes, por carta outras, fui ajudando conforme a urgência dos pedidos e as minhas possibilidades. Para a renda, para a comida, para os medicamentos e até para o selo da carta, o Manuel estava permanentemente nas lonas. Desfazia-se em juras, tais como, desta vez não é para a bebida, “meu alferes”. Apesar da minha insistência nunca consegui que me tratasse de outra forma que não fosse respeitando a ortodoxia militar.
Recebi o seu último SOS em Janeiro último no momento em que embarcava no Sá Carneiro para visitar outro camarada residente em S. Miguel, também em apuros devido a problemas de saúde. O SMS dizia: “Meu alferes, tenho fome, há três dias que não como nada. Com a ajuda que me enviou mandei reparar o frigorífico … está vazio”.
Logo que que pude, entrei em contacto com a secção da Liga dos Combatentes de Leça que fez o impossível para que este camarada tivesse ajuda imediata. Referenciado para todas as instituições de solidariedade com capacidade para intervir, foi apoiado, orientado e sobretudo recebeu algum calor humano que o ajudou a levantar-se do chão. Em poucos meses renasceu o homem simples, humilde e bondoso que sempre foi. Estava no bom caminho, a ponto de ser integrado numa comunidade de ajuda para recuperação de outros com problemas idênticos.
Há cerca de duas semanas, depois de um fim de semana em que estive ausente, deparei-me com uma chamada não atendida no meu tm. Devolvi-a, era do sr. Coronel Armando, presidente da secção da Liga dos Combatentes de Leça a informar-me que o soldado Corneteiro nº 00260269, Manuel Ferreira dos Santos se tinha ausentado para a sua última e Grande Viagem.
E que não havia ninguém contactável para proceder ao levantamento do corpo.
De "Os Lusíadas ( Canto VIII - estrofe 32)" retiro: Ditosa pátria que tal filho teve.

Acrescento: E vós, Pátria, como o tratastes?!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

160 - Clássicos? Antigos?

Ou simplesmente, muito usados??

Quando eu ainda era um rapazito, ouvia chamar-lhes Donas Elviras! Hoje, os lisboetas dizem que são “automóveis clássicos”. Nós, humildes habitantes da Sicó, terra de estevas, pedras e mar, tratamo-los por “antigos”. Eles são, na realidade, velhas máquinas que por uma razão ou por outra deixaram marcas na alma e em alguns casos, nos corpos dos jovens da sua época. Há quem os procure e guarde porque são do ano em que nasceram, ou porque com eles partilharam bons momentos com aquele ou aquela que viria a ser o companheiro/a de uma vida. No tempo em que ainda estavam no princípio de tudo! E o carro é igualzinho a um outro em que fizeram uma certa viagem … Lembranças, nostalgia, saudades dos momentos que somados fazem a história das nossas vidas. São tantos os segredos que  podem estar por detrás da paixão que estas preciosidades despertam nos seus amantes. Se assim não fosse, estaríamos a falar apenas de sucata, bem estimada, mas, sucata.
No passado sábado, véspera do feriado do 1º de Maio, uma coluna constituída por uma dúzia destas viaturas partiu do largo do Cardal em Pombal rumo a Lisboa. Bem cedo, não fosse algum inesperado achaque atrasar-nos para o almoço aprazado para as 13h30 no salão nobre do Instituto Superior de Agronomia, localizado na Tapada da Ajuda. Primeira paragem, rápida, na Benedita para o ritual do cafezinho e arrefecimento dos motores. Logo a coluna retomou a marcha e não houve problema de maior até chegar uma zona de rotundas, semáforos, pontes e viadutos um pouco para lá de Vila Franca. Nestas condições, não é fácil manter o contacto mesmo tratando-se de automóveis actuais. Com estas velharias torna-se mais complicado dado que, uns segundos de paragem num semáforo dificultam imenso o reagrupamento. Enfim, chegámos. Mais ou menos dentro do horário e, os companheiros Rotários que nos aguardavam, não entraram em hipoglicémia por nossa culpa! Ainda houve tempo para um breve passeio pela Tapada e, sempre a despachar, fomos caminhando até um pavilhão onde foram servidos os aperitivos.
Depois do almocito ainda houve tempo para umas discursatas. Assim que foi possível … toca a andar que se faz tarde. No itinerário de regresso, passámos pelo Guincho, Cabo Raso, Cabo da Roca, Praia Grande, Praia das Maçãs, Azenhas do Mar. Como já temos jantado bem cedo e nunca nos demos mal, foi decidido por consenso que o melhor seria tomar a  A8 em Torres Vedras. Foi um instante e uma oportunidade para os nossos veículos mostrarem o quanto ainda são capazes. Num abrir e fechar de olhos, estávamos de novo sentados à mesa tendo à frente um prato de picanha na brasa, arroz e feijão preto para quem aprecia, banana assada e abacaxi como mandam as regras. Não falo de libações porque no meu grupo (que vergonha!), são todos Bebe-Água.

Fim de dia, fim de uma magnífica jornada de convívio, fim de um passeio com tempo a condizer … E assim, todos regressámos a penates com a alma cheia, ansiosos pelo próximo. Aqui ficam alguma fotos:

 À partida de Pombal frente ao Hotel do Cardal onde, para aquecer, nos foi servido 
um excelente pequeno. Gentileza do amigo Adelino Abreu.
O primeiro da esqª é o Nelson, capitão dos Rotários (Rotarac) de Pombal.


 Algumas máquinas.

 Problemas respiratórios, falta de ar?

 No destino, em frente ao edifício do Inst. Sup. de Agronomia.



 Passeando pela Tapada.

 Pequeno memorial dedicado a um grande homem,o Engº Sousa Veloso.

 Avó e neta!

 À mesa.

 Olha o simpático casal, Vilhena com a mulher.

 Luís, não se aponta ...
Ao lado do Luís, o amigo Cordeiro e mulher.

 Nesta, eu sou o dono do mais formoso airbag!.


 No Cabo da Roca.


 Naquele dia, muito povo no C. da Roca.



Nas azenhas do Mar.