Ou simplesmente, muito usados??
Quando eu ainda era um rapazito, ouvia chamar-lhes Donas Elviras! Hoje, os lisboetas dizem que são “automóveis clássicos”. Nós, humildes habitantes da Sicó, terra de estevas, pedras e mar, tratamo-los por “antigos”. Eles são, na realidade, velhas máquinas que por uma razão ou por outra deixaram marcas na alma e em alguns casos, nos corpos dos jovens da sua época. Há quem os procure e guarde porque são do ano em que nasceram, ou porque com eles partilharam bons momentos com aquele ou aquela que viria a ser o companheiro/a de uma vida. No tempo em que ainda estavam no princípio de tudo! E o carro é igualzinho a um outro em que fizeram uma certa viagem … Lembranças, nostalgia, saudades dos momentos que somados fazem a história das nossas vidas. São tantos os segredos que podem estar por detrás da paixão que estas preciosidades despertam nos seus amantes. Se assim não fosse, estaríamos a falar apenas de sucata, bem estimada, mas, sucata.
No passado sábado, véspera do feriado do 1º de Maio, uma coluna constituída por uma dúzia destas viaturas partiu do largo do Cardal em Pombal rumo a Lisboa. Bem cedo, não fosse algum inesperado achaque atrasar-nos para o almoço aprazado para as 13h30 no salão nobre do Instituto Superior de Agronomia, localizado na Tapada da Ajuda. Primeira paragem, rápida, na Benedita para o ritual do cafezinho e arrefecimento dos motores. Logo a coluna retomou a marcha e não houve problema de maior até chegar uma zona de rotundas, semáforos, pontes e viadutos um pouco para lá de Vila Franca. Nestas condições, não é fácil manter o contacto mesmo tratando-se de automóveis actuais. Com estas velharias torna-se mais complicado dado que, uns segundos de paragem num semáforo dificultam imenso o reagrupamento. Enfim, chegámos. Mais ou menos dentro do horário e, os companheiros Rotários que nos aguardavam, não entraram em hipoglicémia por nossa culpa! Ainda houve tempo para um breve passeio pela Tapada e, sempre a despachar, fomos caminhando até um pavilhão onde foram servidos os aperitivos.
Depois do almocito ainda houve tempo para umas discursatas. Assim que foi possível … toca a andar que se faz tarde. No itinerário de regresso, passámos pelo Guincho, Cabo Raso, Cabo da Roca, Praia Grande, Praia das Maçãs, Azenhas do Mar. Como já temos jantado bem cedo e nunca nos demos mal, foi decidido por consenso que o melhor seria tomar a A8 em Torres Vedras. Foi um instante e uma oportunidade para os nossos veículos mostrarem o quanto ainda são capazes. Num abrir e fechar de olhos, estávamos de novo sentados à mesa tendo à frente um prato de picanha na brasa, arroz e feijão preto para quem aprecia, banana assada e abacaxi como mandam as regras. Não falo de libações porque no meu grupo (que vergonha!), são todos Bebe-Água.
Fim de dia, fim de uma magnífica jornada de convívio, fim de um passeio com tempo a condizer … E assim, todos regressámos a penates com a alma cheia, ansiosos pelo próximo. Aqui ficam alguma fotos:
À partida de Pombal frente ao Hotel do Cardal onde, para aquecer, nos foi servido
um excelente pequeno. Gentileza do amigo Adelino Abreu.
O primeiro da esqª é o Nelson, capitão dos Rotários (Rotarac) de Pombal.
Algumas máquinas.
Problemas respiratórios, falta de ar?
No destino, em frente ao edifício do Inst. Sup. de Agronomia.
Passeando pela Tapada.
Pequeno memorial dedicado a um grande homem,o Engº Sousa Veloso.
Avó e neta!
À mesa.
Olha o simpático casal, Vilhena com a mulher.
Luís, não se aponta ...
Ao lado do Luís, o amigo Cordeiro e mulher.
Nesta, eu sou o dono do mais formoso airbag!.
No Cabo da Roca.
Naquele dia, muito povo no C. da Roca.
Nas azenhas do Mar.
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