sábado, 29 de agosto de 2009

10 - Quantas estrêlas?

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Arqº pessoal: Avenida central de Maputo

Arqº pessoal: Mercado de Xipamanine

Arqº pessoal: Ferry que faz a ligação com a Catembe

Arqo pessoal: Maputo - Estação de caminhos de ferro.


Vamos à questão central de qualquer viagem, o alojamento. Deambulando pela Net, tenho reparado que muita gente condiciona o destino das suas deslocações à categoria do alojamento onde vai ficar instalada. Uma das perguntas mais frequentes que tenho encontrado é formulada mais ou menos assim: “ na data tal, tenciono fazer uma semana de férias no…Paraíso. Vou ficar no Hotel das mil Estrelas. Alguém me pode dar algumas referências acerca deste hotel? Muito obrigado, fulano”. Como sempre , aparece uma legião de foreiros, uns a criticarem, outros a tecerem loas ao referido hotel. A conversa fiada abrange o serviço e simpatia dos funcionários, o pequeno almoço, frugal para uns, opíparo par outros, a qualidade da água da piscina, quantas máquinas na sala de fitness ou no health club, a proficiência do cabeleireiro etc., etc. Diz-me o faro que os mais exigentes são habitualmente os que menos saem de casa!
Em contraste, o viajante – que não está a fazer conta de dissipar o seu tempo sentado na borda da piscina com os pés de molho, toalha ao pescoço e copo de whisky na mão –, tem a este respeito, três desejos muito simples de satisfazer. Pretende:
- Um quarto limpo, lençóis lavados e preferencialmente, casa de banho privativa.
- Em climas tropicais, ar condicionado para maior conforto e porque mantem a mosquitada sossegadinha. Que não seja muito ruidoso.
- Localização adequada, na proximidade daquilo que há para conhecer, permitindo economias de tempo e nos gastos com transportes. A este respeito deve ter-se presente o aforismo que diz “o que é barato sai caro”.
Entre o turista extremamente preocupado com o sítio onde vai alijar os ossos e que entra em paranóia se a meio da tarde não tiver uma reserva confirmada e o back packer que já deu duas voltas ao mundo enrolado no seu saco-cama seboso, estão as pessoas comuns, como eu!
Modus faciendi:
Suponhamos que se quer conhecer uma capital europeia. Primeiro passo, escolher a época do ano em que se pretendo fazê-lo. A maioria das pessoas prefere viajar com bom tempo e é sabido que dos Pirinéus para cima, a Europa passa uma parte do ano debaixo de gelo. No entanto, cada época tem a sua beleza e as cidades podem ter ainda mais atractivos no Inverno, em quadras especiais. Um Natal ou Fim de Ano em Paris, Roma ou Copenhaga, são inolvidáveis. Outro bom exemplo é a nossa Serra da Estrela: Esplendorosa no Inverno, divina e misteriosa no verão.
Nas épocas baixas, turisticamente falando, tudo é mais acessível. Dentro da Europa podemos viajar numa low cost para certos destinos ao preço de 1 (um) euro por trajecto mais taxas! E o alojamento pode custar um terço do seu valor na época alta. É uma boa opção, pois garante-nos poupanças que podemos desviar para …compras, por ex. De resto, nada mais fácil do que encontrar um hotel, guest house, pousada ou hospedaria que sirva os nossos intentos. Quanto à qualidade não há que temer, pois todas são devidamente controladas pelas autoridades. E quanto á localização? Também não há qualquer problema visto que, graças à Internet, temos à disposição mapas detalhados, geográficos, por satélite e mistos de todo o território Europeu. Neste momento até já existe o mapeamento fotográfico das principais cidades. Depois é só delimitar o respectivo casco histórico (mais uma espanholice ...) e dentro deste, a proximidade da estação central de caminhos de ferro (Hauptbahnhof) ou da catedral (Dom) da cidade, são garantia de que se está excelentemente localizado. Escolhida a unidade hoteleira segundo a categoria, preço, popularidade ou qualquer outro índice, é só telefonar ou enviar um mail a pedir a reserva. Se receia facultar o número do seu cartão de crédito – eu nunca tive qualquer problema –, a sua agência de viagens também se encarregará dessa missão e com muito prazer! Pelo sim pelo não, e dependendo da duração da estadia, não é asneira nenhuma fazer uma reserva para a primeira noite e, caso a unidade não corresponda às expectativas ou existam alternativas mais vantajosas na mesma área, ficamos com todas as opções em aberto. Além disso, e ainda que a idade da chavalice já tenha passado há muito, leve no bolso o cartãozinho das Pousadas de Juventude. Custa apenas seis euros e disponibiliza uma vasta rede de estabelecimentos de boa qualidade, onde pode encontrar excelente companhia, e tudo a bom preço! Viajando de carro sem destino definido, não precisa de se preocupar. Confie nos postos de turismo (Rep. Checa, Alemanha etc.). Procure um e diga-lhes qual é o seu plafond para a pernoita e eles tratarão do resto com cortesia e profissionalismo. Se viajar de avião, também não tem muito que pensar sobre os tranfers, pois os outros europeus não brincam em serviço e possuem uma abrangente rede de transportes públicos a ligar os aeroportos ao centro das cidades.
Com algumas adaptações, estas dicas aplicam-se às viagens intercontinentais com a ressalva de que, em certas regiões do Globo nada substitui a exploração in loco.
Disponham sempre,
Juan

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Caro Juan
    Nem toda a gente tem o teu espírito de aventura quando viaja. Eu sou um deles.
    Não dispenso alimentação com o mínimo de qualidade, e ao fim do dia um quarto (não precisa de muitas estrelas) com banho privativo.
    Como diria aquele político da nossa praça, saco-cama, jamais. Por outro lado, quando faço turismo lá por fora, como não domino nenhum idioma além do português, costumo utilizar programas organizados, em grupo, com guia. Sei que existe o inconveniente de não vermos aquilo que queremos, como e quando desejamos. É tudo numa pressinha. Como costumo dizer, fica-se a conhecer pela rama. Prometo sempre voltar ao mesmo local, com mais tempo, mas nunca o fiz.
    Nunca dei por mal empregue o tempo, mas reconheço que quem vai por sua conta tira mais partido. Sei que gasto mais para ver menos, tens razão, mas...
    Que fique ressalvado que conheço menos mal o nosso cantinho, incluindo as nossas belas ilhas dos arquipélagos da Madeira e Açores.
    Um abraço do
    Carlos Vinhal
    Leça da Palmeira

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