terça-feira, 11 de agosto de 2009

4 - Viajar é bom, em boa companhia ainda é melhor.




Fotografia da Kon Tiki com tripulação a bordo.
No Kon Tiki Museum em Oslo, encontra-se uma réplica desta embarcação.

Amigos e futuros companheiros de viagem,
Eu tenho tanta vontade de dar à palheta que nem sei por onde começar. O melhor será entrar pelo princípio e explicar melhor porque é que há muito me apaixonei pelo tema das viagens. Pois, era eu um chavalito de 12 ou 13 anos, muito mais interessado no enigma situado entre as pernas das raparigas do que em lições de história ou geografia, quando certo dia dei de caras numa carrinha da Gulbenkian, com um livrito que relatava as aventuras da Kon Tiki. Este nome, evocativo de uma prestigiada divindade Inca, foi dado a uma jangada que em 1947 participou numa expedição destinada a provar que ainda antes do Cristóvão Colombo ter chegado à América, já os índios sul-americanos se teriam aventurado pelo Pacífico aberto até às ilhas da Polinésia. Construída no Peru segundo o método e com materiais idênticos aos supostamente usados por estes exploradores pré-colombianos, a Kon Tiki teve cerca de três meses de glória até se espatifar nuns baixios do Pacífico Sul. Ao comando, o explorador norueguês Thor Heyerdahl secundado por cinco marinheiros arvorados.
A descrição do quotidiano a bordo falava de peixes voadores que de sua livre e espontânea vontade saltavam para cima dos troncos de balsa, acabando no tacho da deliciosa caldeirada. Bebiam gotas de chuva e refrescavam-se mergulhando livremente nas águas tépidas do oceano com as cores do caleidoscópio, na companhia amigável dos golfinhos. O brilho das estrelas balizava-lhes o rumo em noites de calma, e dos dias tormentosos eu conseguia ouvir o ribombar do trovão e o silvo do vento. O meu deslumbramento foi tal que ainda hoje tenho o “filme” gravado minha memória. Esta leitura foi o clic que despertou em mim o viajante / aventureiro que existe dentro de cada homem. Dizem os especialistas que o pico desta pulsão se situa entre os 15 e os 45 anos. Onde é que eles já vão, e no entanto, a pica não esmoreceu!
Todos e cada um dos anos seguintes da minha vida se subordinaram à utopia de conhecer o mundo. Tanto quanto aquele que cabe nos sonhos.
E aqui estou, semi-novo, semi-tonto e completamente apanhado pela febre da vadiagem como aos 15 anos.
Fiel ao lema “viajar é bom, em boa companhia ainda é melhor”, conto com a hipotética visibilidade do Blog para encontrar os parceiros certos, entre aqueles que sabem que viajar é trabalho e trabalho duro e nada tem a ver com “fazer turismo”.

Juan

3 comentários:

  1. Belo livro,lembro-me bem de o ler quando era
    "puto", tinha umas boas fotos p/b onde vinha,
    se não estou baralhado uma beldade do Tahiti...
    anos mais tarde li, do mesmo autor,A Expedição
    Ra,acho ser este título,um barco de papiro que
    partiu de Marrocos para...já não me lembro...
    já não encantava como o Kon-Tiki...

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  2. Daniel,
    Agradeço o teu comentário, mas não entendi ...!
    Explica lá isso por favor.
    Juan

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