Uma curta introdução:
O Mekong é um desses rios cujo nome conjura de imediato a nossa imaginação alimentada pelo que aprendemos na escola ou pelas histórias fabulosas, algumas trágicas, contadas em livro ou nos écrans de cinema.
Em extensão é o 12º a nível mundial, sendo o 7º mais longo da Ásia. Nasce no Teto do Mundo*nome pelo qual é conhecida uma região também designada como Planalto Tibetano situada no sopé dos Himalaias. Nesse planalto, o maior do planeta (2.500.000 Km2) com uma altitude média de 4.500 metros, existe um santuário natural o Sanjiangyuan National Nature Reserve. É aí que nasce Za Qu, nome pelo qual é conhecido o Mekong quando ainda é um Bebé! Aí se encontram também as nascentes dos seus irmãos Yangtzé e Rio Amarelo. O Bebé cresce rapidamente, ganha força e estatuto e, resolutamente, avança através do território de cinco países: Myanmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietname. Os naturais da Tailândia e do Laos conhecem-no por "Mae Nam Khong", que significa mãe da água. Numa extensão de 850 Km. é uma fronteira natural da Tailândia, atravessa o Triângulo Dourado dirigindo-se para Vienciana, capital do Laos, em seguida visita Phnom Penh, capital do Camboja onde recebe mais um afluente e entra no Vietname seguindo para sul em direcção à cidade de Ho-chi-Min em em cuja proximidade se desdobra numa imensidão de canais que desaguam no Mar do Sul da China. No coração deste enorme delta situam-se as cidades de Vinh Long, Sa Dec e Can Doh. Foi por aqui que o nosso Luís de Camões se viu à rasca, porque ...
... Foi chamado a Goa mas, no
caminho para a Índia o barco onde navegava naufragou junto à foz do rio Mekong,
e diz-se que ele tenha ido até à costa a nado só com um dos braços, visto no
outro levar consigo a sua tão próspera obra.
Ainda que mal comparado, como alvitram os antigos da minha terra, atrevo-me a dizer que o mítico rio Mekong está para o sueste asiático como o Danúbio está para a Europa ou o Mississippi para a América do Norte. São como grandes artérias que, ligando países ou regiões, lhes levam, literalmente, o bulício da vida. Nos dias de hoje e para além de importante auto-estrada líquida servindo vários tigres da região nas suas trocas comerciais com o exterior, o Mekong gera quantidades fabulosas de energia eléctrica, torna prósperos milhões de hectares de bom regadio, fornece toneladas de peixe a populações que de outra forma não teriam acesso a esse alimento, sem esquecer a sua natural apetência para o turismo, sejam trips de curta duração ou cruzeiros de longo curso. Nas suas margens e desde tempos imemoriais floresceram comunidades humanas que deram origem a civilizações cujo brilho podemos apreciar ainda hoje através, nomeadamente, do fabuloso património construído que nos legaram. Mas foi também em suas margens que, ao longo da História, milhões de seres humanos foram sacrificados pela tragédia dos desastres naturais, naufrágios ou pela mais selvática brutalidade de que a nossa espécie é capaz e da qual, em era recente, o nosso tempo foi testemunha.
* “Of all the major rivers in the world, the Mekong is last to have its geographic source identified. Even as late as 2003, there was controversy. In 1994, Michel Peissel, a Frenchman, declared it was a spring on Rupsa Pass. In 1995, 1999 and again in 2001, the Institute of Geographic Sciences and Natural Resources Research the Chinese Academy of Sciences identified it as a stream flowing from a glacier on Mt. Lasagongma,. In 2002, Chinese Academy of Sciences Remote Sensing Division located the source as a spring discharging from a glacier on Mt. Jifu. The issue is still unresolved, and may revolve around which glacier is retreating faster. Retirado de www.shangri-la-river-expeditions.com”
Continua em edição
Os três irmãos.
Como a figura indica, temos na margem que fica em primeiro plano a Tailândia, na do lado direito vemos a cúpula de um casino que se situa em território do Laos e à esquerda fica a Birmânia.
O mesmo que se vê na foto anterior (foto da Net):
Em primeiro plano a Tailândia
À esquerda a Birmânia
À direita (margem oposta), o Laos. Não sei de que país faz parte a ilha (triangular) que observamos em segundo plano.
Navio pesqueiro navegando no Mekong.
Nós, aguardando o barco que nos há-de levar através do Mekong até à ilha de Don Sao...
... e lá vem ele!
É este.
Um Casino em território Laociano.
Uma vista da margem tailandesa à saída de Chiang Saen.
Uma vista dos casinos de Don Sao.
O nosso grupo a bordo.
E o Jaime a explicar ... como se aperta o colete salva vidas.
O desembarque em Don Sao.
O menino que recebia o cabo de bordo para efeitos de amarração.
E uma última vista mais ou menos panorâmica sobre este fabuloso rio.
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