sexta-feira, 15 de abril de 2016

157 - Tailândia: A última ceia!


Quando, ao reler o programa da viagem, fiquei a saber que o último jantar do grupo em terras de sua majestade o rei Rama IX da Tailândia seria no “Khantoke”, supus que este seria mais um restaurante que, como outros onde fomos recebidos, reunia estas duas condições: Parque de estacionamento para muitos autocarros e sala de jantar com capacidade para atender em simultâneo, centenas de clientes. E assim era, estando também prometido um espectáculo representativo do folclore local durante o jantar. Foi esta última prestação que espevitou a minha curiosidade pois aquilo que presenciei, não era nem mais nem menos do que o estereótipo de um outro a que havíamos assistido em Bangkok! Resolvi fazer uma breve pesquisa e eis o que descobri:
Khantoke, Khantoke Dinner ou Khantoke dancing Shows são a mesma coisa; eventos que ocorrem diariamente em qualquer restaurante de Ching Mai que possua espaço físico para a sua realização. O seu nome deriva Khan Tok, aquele que tradicionalmente era dado ao trem de serviço constituído por uma mesa redonda apoiada em várias pernas, muito baixa, de maneira a que família e amigos sentados no soalho à sua volta pudessem servir-se confortavelmente. Sobre essa mesa, eram colocados vários recipientes de forma arredondada contendo as iguarias próprias de uma região cujos habitantes são conhecidos como “comedores de arroz”. Esta era uma tradição do povo de Lanna que foi recuperada e da qual se usa e abusa actualmente, com o fim de endrominar os turistas menos informados. Este oportunismo comercial disfarçado de autenticidade é tal, que a palavra Lanna é usada para tudo e mais alguma coisa!
Qual o significado de Lanna? Lanna era um reino fundado em 1262, cujo território extenso e montanhoso, abrangia largas faixas do que são hoje a China, o Laos e a Birmânia. Chamava-se então Sip Song Panna que na língua local significava a terra dos mil campos de arroz. O seu povo distribuía-se por grandes bolsas às quais foi dado o nome de tribos das montanhas, dispersas pelos vales férteis onde cultivavam o cereal, base da sua alimentação. Em Chiang Mai, a cultura dos descendentes do povo de Lanna ainda hoje resplandece. Na maneira de vestir, no canto assim como nas danças e até na espiritualidade, onde se afirmam budistas Teravada mas com um pouco de animismo e superstição à mistura. São muito pacientes, cordatos, amistosos para com estranhos e o sorriso está sempre presente. Dizem alguns académicos que foi devido à sua natureza descontraída e amigável que nunca se deixaram conquistar ou colonizar!

Exemplo da utilização do Khan tok.

 À mesa do restaurante típico "Khantoke".

 Agora, o cafezinho.

 Para jantar e assistir ao espectáculo ... tudo descalço, inclusive os empregados.

 Mesmo à mesa havia sempre muita força de Face-book.

 Um dos anjos que participou no espectáculo.

 Outros anjos, aqui com suas mães (?) e titias!

 A Stella completamente rendida à pequenita.

No mesmo local, uma artesã em traje tradicional.





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