sexta-feira, 8 de abril de 2016

149 - De Chiang Rai a Chiang Mai.

11 de Março – 8º dia de viagem.

O esplendoroso Templo Branco.

Estávamos a queimar os últimos cartuchos; já se respirava o ar de fim de festa! Wat Rong Kuhn também conhecido por “o Templo Branco” seria o ponto alto desta pacífica jornada de cerca de 200 quilómetros até à mais europeia das cidades da Tailândia. Momentos antes da paragem do autocarro, praticamente em frente ao monumento, pedi-nos a nossa guia Stella que fechássemos os olhos e os voltássemos a abrir apenas à sua ordem. Assim fizemos e, ao abri-los foi … o deslumbramento total. Tive a sensação de ter entrado noutro mundo, o mundo das histórias de fadas e duendes, dos castelos encantados e das princesas, tão ao gosto da criançada. E, pelos vistos, dos adultos também!
A respeito do autor-criador* deste magnífico templo Hindu-Budista, o renomado artista Chalermchai Kositpipat , Jaime o nosso guia, contou-nos a seguinte história: 
Um dia (ou uma tarde?), um rapazito de 14 anos, muito pobre, adormeceu debaixo de uma árvore e teve um sonho. Nesse sonho, uma entidade superior com muitos méritos** Buda talvez, segredou-lhe uma espécie de premonição: Ele viria a ser rico e poderoso se desenvolvesse o dom que então lhe era concedido, o de se tornar um génio no campo das belas artes. Como autodidacta estudou afincadamente e em breve seria um reconhecido artista na área da pintura. Os seus quadros eram vendidos por milhares de dólares (verdade) e a fama espalhou-se de tal modo que se tornou conhecido em cidades do mundo ocidental como Londres, por exemplo (verdade). Muitos jovens, desejosos de aprender o ofício com tão virtuoso mestre, juntaram a ele e não tardou que as obras, de elevada qualidade (verdade), começassem a ser produzidas a um ritmo como se de uma linha de montagem se tratasse (verdade). Foi há 18 anos que impôs a si próprio o dever de, num prazo de 50 anos, concluir, legando aos vindouros, uma obra de arte inigualável nas formas, no brilho e no simbolismo. A obra aí está, começou em 1997 e já só faltam 31 anos para estar concluída! Seguem-se algumas fotografias. Prime Ctrl e clica aqui.

Porém, na tarde de 5 de Maio de 2014 o templo foi significativamente danificado por um forte sismo. Em resultado dos danos, as autoridades encerraram-no por tempo indeterminado. No dia seguinte, Chalermchai terá concordado em demolir toda a estrutura por razões de segurança. Contudo, a 7 de Maio e após uma inspecção feita por especialistas, chegou-se à conclusão de que todo o complexo se encontrava estruturalmente incólume. Chalermchai prometeu então dedicar o resto da sua vida ao restauro do templo, conferindo-lhe a beleza original. Não foi necessário tanto tempo, a obra aí está para ser admirada apesar dos trabalhos em curso.

*A informação que encontrei na Net conta uma história bem diferente, o que me parece perfeitamente normal visto que, para colher o interesse do público, qualquer lenda terá de ser devidamente apimentada. Chalermchai Kositpipat, filho de pai chinês e mãe tailandesa, frequentou a altamente credenciada universidade internacional Silpakorn em Bangkok onde concluiu a licenciatura em Belas Artes no ano de 1997. O sonho de que fala a lenda resulta de provável confusão com uma citação que lhe é atribuída: “Só a morte poderá destruir o meu sonho mas não o meu projecto” que, acreditava ele, lhe traria a imortalidade.

**Méritos, são uma espécie de voucher’s com benefícios para uma nova vida após a próxima reencarnação. Podem ser adquiridos através da prática de boas acções ou de doações em dinheiro para uma boa causa. Os visitantes de Wat Rong Khun são convidados a comprar certificados de méritos, pequenas placas metálicas com a forma (aproximada) de um coração que depois de datadas e assinadas são deixadas em local apropriado conforme se mostra numa das fotografias. É graças a esses fundos juntamente com aqueles que provêm da venda das obras de Chalermchai Kositpipat e seus colaboradores (alunos) que os trabalhos de restauro e ampliação do templo têm sido custeados. 

Chalermchai Kositpipat. Imagem da Net.

 O artista em imagem da Net.

 O templo Branco.





 Ainda se encontram andaimes à vista.



Retrato do artista exposto no interior do templo.




Toilettes douradas. 















É nestes dispositivos  de forma cónica que os visitantes deixam (pendurados)os méritos adquiridos ao balcão do quiosque que se vê em segundo plano. 


Cansaditas?

Quem precisar de ir ao WC, é agora!

Embora porque ainda temos muito o que ver hoje!

Com o aproximar do fim da festa, olhai como ficou a cara deles ...!

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