Fotografia de vírus da gripe H1N1. Imagem da Net.
O camarada e amigo Victor Tavares enviou-me o mail cujo texto reproduzo abaixo. Trata-se de uma brincadeira que circula na Net em que autor desconhecido faz passar estrofes de uma espécie de poesia ao som de uma música de sensualidade indiscutível ... pelo menos para a geração dos jovens de Maio de 1968! Tão sensual que foi banida por uns tempos da rádio e televisão da impúdica França. Refiro-me à canção interpretada por Jane Birkin, popularizada pelo filme do realizador Serge Gainsboug, Je t'aime ... moi non plus de 1976. Não podia ser mais a propósito dado que no passado dia 8 Outº teve início no CCB a 10ª edição da Festa do Cinema Francês, onde esteve presente a Jane.
Quando eu te encontrar possuir-te ei
Quando eu te encontrar levar-te-ei até à cama
Sem pedir licença, tocar-te-ei em todo o teu corpo e possuir-te-ei
Vou deixar-te com uma sensação de cansaço e entrega total
Lentamente vou fazer-te sentir arrepios, far-te-ei suar profundamente
Dexar-te-ei ofegante, tirar-te-ei o ar, a tua cabeça pulsará
Da cama não conseguirás sair
E quando eu terminar irei embora sem me despedir
Com a certeza de que hei-de voltar!
Assinado: "Gripe"
Finalmente ouvi um responsável da Ordem dos Médicos afirmar claramente que todo este circo (o circo é meu!) montado à volta da gripe H1N1, inicialmente suína, depois A, não se justifica, e que o único aspecto positivo resultante de tanto alarido consiste no facto duvidoso (a dúvida também é minha) de se terem incutido alguns princípios de higiene aos porcalhões dos portugueses. Boa bola!
Há muito que circulava no meio médico a noção de que em grande medida, o espectáculo encenado era uma reposta à pressão dos comunicadores sociais sempre ávidos por notícias impactantes. É evidente que a culpa não é (só) deles, mas dos profissionais de saúde em primeiro lugar, a começar por aqueles que colaboram com a OMS, pela forma inábil como transmitem as suas preocupações ao grande público. Quem não se lembra do cagaçal que os mesmos fizeram a propósito da gripe das aves? O que importa reter é que esta é uma doença de elevada benignidade, com morbilidade e mortalidade muito mais baixas do que a chamada gripe sazonal e um quadro clínico marcado por sintomas relativamente aligeirados.
Repare-se na idiotia de um processo que no início envolvia meios próprios da guerra química ou bacteriológica, acabando por cair no mais corriqueiro dos procedimentos com tratamento no domicílio à base de caldos de galinha e chá de limão. Ou melhor ainda, no clássico abafa-te, abifa-te e avinha-te! Entretanto, do nosso bolso já saíram sessenta e sete milhões e meio e ainda a procissão vai no adro, fala-se em quinhentos milhões quando chegarmos ao lavar dos cestos. Entra, Pacheco!
O pior é que o arame vai todo para aquele lado e já não me custa nadinha a acreditar na teoria conspirativa que circula na Net que garante ser esta mais uma operação de marketing montada pelo Rumsfeld & associates!
O que é um vírus?
Um vírus é uma partícula viva. É um micróbio muito mais pequeno e simples na sua organização estrutural do que as bactérias, e só pode ser visualizado através do microscópio electrónico. Na sua configuração básica, apresenta-se como uma cápsula ou capsídeo, de forma geralmente icosaédrica ou helicoidal, constituído por pequenos tijolos ou sub-unidades proteicas, contendo no seu interior um núcleo (genoma), que pode ser o ADN ou ARN.
ADN= Ácido desoxirribonucleico.
ARM= Ácido ribonucleico.
Revestindo a unidade núcleo-capsídica, alguns vírus possuem um invólucro no qual blocos proteicos específicos do próprio vírus aglutinam lípidos (gorduras) e glícidos (açúcares), provenientes da célula parasitada. São estas proteínas específicas do vírus associadas aos glícidos – glicoproteínas – em conjugação com determinadas características físico-químicas e biológicas que lhes conferem a sua identidade patogénica e sustentam a classificação taxonómica. O genoma viral é uma espécie de base de dados onde se encontram os códigos necessários à síntese das enzimas e proteínas que entram no processo de replicação viral, através do qual o vírus reproduz o seu próprio genoma e as proteínas estruturais.
Há muito que circulava no meio médico a noção de que em grande medida, o espectáculo encenado era uma reposta à pressão dos comunicadores sociais sempre ávidos por notícias impactantes. É evidente que a culpa não é (só) deles, mas dos profissionais de saúde em primeiro lugar, a começar por aqueles que colaboram com a OMS, pela forma inábil como transmitem as suas preocupações ao grande público. Quem não se lembra do cagaçal que os mesmos fizeram a propósito da gripe das aves? O que importa reter é que esta é uma doença de elevada benignidade, com morbilidade e mortalidade muito mais baixas do que a chamada gripe sazonal e um quadro clínico marcado por sintomas relativamente aligeirados.
Repare-se na idiotia de um processo que no início envolvia meios próprios da guerra química ou bacteriológica, acabando por cair no mais corriqueiro dos procedimentos com tratamento no domicílio à base de caldos de galinha e chá de limão. Ou melhor ainda, no clássico abafa-te, abifa-te e avinha-te! Entretanto, do nosso bolso já saíram sessenta e sete milhões e meio e ainda a procissão vai no adro, fala-se em quinhentos milhões quando chegarmos ao lavar dos cestos. Entra, Pacheco!
O pior é que o arame vai todo para aquele lado e já não me custa nadinha a acreditar na teoria conspirativa que circula na Net que garante ser esta mais uma operação de marketing montada pelo Rumsfeld & associates!
O que é um vírus?
Um vírus é uma partícula viva. É um micróbio muito mais pequeno e simples na sua organização estrutural do que as bactérias, e só pode ser visualizado através do microscópio electrónico. Na sua configuração básica, apresenta-se como uma cápsula ou capsídeo, de forma geralmente icosaédrica ou helicoidal, constituído por pequenos tijolos ou sub-unidades proteicas, contendo no seu interior um núcleo (genoma), que pode ser o ADN ou ARN.
ADN= Ácido desoxirribonucleico.
ARM= Ácido ribonucleico.
Revestindo a unidade núcleo-capsídica, alguns vírus possuem um invólucro no qual blocos proteicos específicos do próprio vírus aglutinam lípidos (gorduras) e glícidos (açúcares), provenientes da célula parasitada. São estas proteínas específicas do vírus associadas aos glícidos – glicoproteínas – em conjugação com determinadas características físico-químicas e biológicas que lhes conferem a sua identidade patogénica e sustentam a classificação taxonómica. O genoma viral é uma espécie de base de dados onde se encontram os códigos necessários à síntese das enzimas e proteínas que entram no processo de replicação viral, através do qual o vírus reproduz o seu próprio genoma e as proteínas estruturais.
Como é que isto se faz? De uma forma muito simples! Através do ARNm (m=mensageiro), os códigos são transmitidos à maquinaria da célula do hospedeiro que em lugar de fabricar os materiais de que necessita para o seu próprio funcionamento, inicia a produção e montagem dos blocos proteicos de que são feitos os vírus. Quando fica cheia, a membrana celular rebenta libertando os invasores na corrente sanguínea que se lançam ao ataque de novas células ainda intactas.
Este processo passa por uma fase de replicação primária (incubação) no interior de células hospedeiras e só depois atinge as grandes populações celulares dos órgãos-alvo, localmente ou à distância, dando origem à fase clínica da infecção.
A entrada do vírus no organismo do hospedeiro pode ocorrer por diversas vias, sendo as mais comuns:
1 - A via respiratória, pela inalação de gotículas tipo aerosol contendo fluidos infectados como por exemplo, secreções brônquicas, nasais ou saliva.
2 - Via digestiva, na qual o inóculo viral entra em contacto com a mucosa gastrointestinal através do contacto inter-pessoal directo ou pela ingestão de alimentos contaminados.
3 - Via cutânea, por meio da picada de insecto, mordedura de animal ou utilização de agulhas hipodérmicas. O agente infectante também pode ser inoculado directamente na corrente sanguínea por hematófagos (mosquitos, carraças).
4 - Via génito-urinária (venérea) em que a transmissão se faz através do contacto sexual.
5 - Via iatrogénica, pela utilização de instrumentos deficientemente esterilizados ou perfusão IV de produtos biológicos não controlados.
Entrar em contacto por qualquer destas vias com uma estirpe viral de elevada contagiosidade, não determina evolução automática para a infecção e doença. O organismo dos indivíduos saudáveis possui um notável arsenal defensivo que inclui entre certos mecanismos mais complexos, a imunidade conferida por anticorpos específicos circulantes, resultantes de exposição anterior a determinado agente (vírus) ou vacinação, e a imunidade celular que confere aos linfócitos e outros elementos da linha branca do sangue, a capacidade de reconhecer e destruir as células infectadas. Sabe-se também que o estado nutricional e o nível de stress desempenham um papel importante na homeostase (equilíbrio) do sistema imunitário, determinando em grande medida a susceptibilidade do indivíduo às infecções.
A entrada do vírus no organismo do hospedeiro pode ocorrer por diversas vias, sendo as mais comuns:
1 - A via respiratória, pela inalação de gotículas tipo aerosol contendo fluidos infectados como por exemplo, secreções brônquicas, nasais ou saliva.
2 - Via digestiva, na qual o inóculo viral entra em contacto com a mucosa gastrointestinal através do contacto inter-pessoal directo ou pela ingestão de alimentos contaminados.
3 - Via cutânea, por meio da picada de insecto, mordedura de animal ou utilização de agulhas hipodérmicas. O agente infectante também pode ser inoculado directamente na corrente sanguínea por hematófagos (mosquitos, carraças).
4 - Via génito-urinária (venérea) em que a transmissão se faz através do contacto sexual.
5 - Via iatrogénica, pela utilização de instrumentos deficientemente esterilizados ou perfusão IV de produtos biológicos não controlados.
Entrar em contacto por qualquer destas vias com uma estirpe viral de elevada contagiosidade, não determina evolução automática para a infecção e doença. O organismo dos indivíduos saudáveis possui um notável arsenal defensivo que inclui entre certos mecanismos mais complexos, a imunidade conferida por anticorpos específicos circulantes, resultantes de exposição anterior a determinado agente (vírus) ou vacinação, e a imunidade celular que confere aos linfócitos e outros elementos da linha branca do sangue, a capacidade de reconhecer e destruir as células infectadas. Sabe-se também que o estado nutricional e o nível de stress desempenham um papel importante na homeostase (equilíbrio) do sistema imunitário, determinando em grande medida a susceptibilidade do indivíduo às infecções.
Juan
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