terça-feira, 28 de maio de 2013

120 - De Varsóvia a Berlim.

Ora bem!

Aqui o "Vitinho" está Ok e recomenda-se. Como tem feito muito exercício físico perdeu algum peso, a barrigana já não está de nove meses como à partida e acima de tudo sente-se muito melhor: O refluxo foi-se, não regurgita nem se acorda a si próprio com roncos de 747 e quanto às apneias do sono, como não tenho companhia no quarto não sei se persistem. Mas já não acordo a respirar à moda do Kuss Mall. Portanto, a conclusão só pode ser esta: Viajar é bom e faz bem à saúde!
No momento em que estou teclando este texto enquanto ouço a minha música preferida através dos headphones, encontro-me a bordo de um Intercidades que liga Varsóvia a Berlim. Às cinco e um quarto da manhã, o meu taxista pegou-me à porta do hotel para me transportar até à estação central de comboios que os polacos designam por Centralna. O meu intercidades partiu pontualmente às 05.50 e deverá chegar às 11.12 à Ostbahnhof (gare do leste) que fica no bairro de Friedrichshain em Berlim. Como já lá estive anteriormente não vou sentir qualquer dificuldade em orientar-me. 
À partida, um denso nevoeiro não deixava ver um palmo à frente do nariz, mas pouco a pouco, os raios de sol de um belíssimo dia acabaram por revelar em todo o seu esplendor a paisagem que avisto através da minha janela. São campos a seguir a campos espectacularmente cuidados.
Apresentam um aspecto tão viçoso e verdejante que nem parece que este país passou meses debaixo de neve e gelo. A Polónia cultiva tudo e em grande escala, campeiam os cereais. É certamente uma das potências agrícolas do nosso continente e talvez por isso mesmo os polacos se estejam cagando para a União, como referi no post anterior. Além de serem senhores de um elevado potencial agrícola, diz-me a minha janela que também possuem um respeitável nível de industrialização, a fazer fé na dimensão de alguns parques  industriais e  na quantidade de linhas de transporte de energia.
Pois, meus amigos, quero dizer-vos que me sinto como se estivesse a regressar a casa. Por estranho que possa parecer, dados os preconceitos, a Alemanha é o país europeu onde me sinto quase tão bem como no nosso querido Portugal. Sei que os portugueses que aqui vivem e trabalham adoram este país, muitos nem sabem de qual gostam mais como diz a cantiga do Marco Paulo! Sinto que a maioria dos alemães retribui com sentimento idêntico pelo que acho lamentável a contra-informação que corre na nossa comunicação social.
O comboio em que viajo é uma espécie de Alfa. Tomei o pequeno almoço a bordo; horrível ou daí para baixo! Em termos de comida estes polacos são o uma miséria. O que para mim não constitui qualquer novidade. Já em tempos, quando fiz um tirocínio náutico num navio-escola de Gdansk, provei as suas sopas de iogurte e morangos ou o caldo de bolas de massa de pão (que eles adoram!). Fiquei esclarecido quanto aos seus dotes culinários.
Comigo, no mesmo compartimento, viaja apenas uma rapariga polaca. Terá os seus vinte e poucos anos e acaba de escrever à mão uma carta com vinte páginas A4! Sei que se chama Anna Grunduls, não porque ela se tenha apresentado mas porque através do canto do olho avistei o seu nome escrito num envelope estampilhado com três selos … não sei de onde, que certamente lhe fora dirigido. Foi minha intérprete quando em alemão questionei o conducktor acerca de eventual transbordo (umsteigen) e ele não entendeu. Também fala excelente inglês. Só não fala comigo! Mas também com a sua idade, o que é que a conversa dela me poderia interessar?
... Ah, mas são verdes!
Pelas 09.30, devemos ter entrado em território alemão porque acabo de avistar a Polizei no corredor. Como estamos no espaço Schengen, aqui não se faz qualquer Kontrol de passaportes, por isso, devem andar à cata de clandestinos do leste, ou mercadorias perigosas.
Mas pessoal, o importante é que estou de regresso à zona euro. Nem fazem ideia do alívio e comodidade que isso representa em termos de gestão da massa cambiável!
E por amor de Deus, nunca, mas nunca admitam sequer a vaga hipótese de abandonarmos esta divisa.
Nota importante: A minha colega soltou o cabelo … e sorriu! Porém, continua com os ouvidos tapados ouvindo música do Iphone. É porque não quer mesmo conversa.
Às onze e picos, conforme previsto, chegámos a Berlim. Segue-se a rotina: Procurar hotel, instalar, almoçar, descansar um pouco e retomar o arbeit
 
O hotel Ade. O meu quarto corresponde à janela do meio (varanda) do primeiro andar. Fica na Alexander Platz a poucos metros da Berliner Fernsehturm, ou seja, da torre das  comunicações.
"O centro do centro de Berlim".

O meu quarto: A  mochilita em cima da cama e a mesa de trabalho ..

Em frente à porta do hotel tenho esta estação de Metro.
Lá está ela! Visível de praticamente qualquer ponto da cidade, só temos que percorrer o horizonte com os olhos e, ao encontra-la, saberemos que ali é o centro. Não há hipótese de que alguém se perca ... mesmo numa cidade com três milhões e meio de habitantes.
E aqui está a bichinha!
Nota: Esta foto foi obtida numa anterior visita à cidade. Fui buscá-la ao meu post nº 9, dado que as condições meteorológicas de hoje não permitiram a obtenção de uma foto com um mínimo de qualidade.

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