Pequeno
diário de bordo.
Esta
foi mais uma viagem sem história nem estórias; também o que haveria para dizer?
Linhas alemãs, comboios alemães, horários à alemã! Curiosidade: Não há lugares
reservados! O pequeno almoço a bordo é que não foi lá grande chose. Em
compensação, despedi-me ontem de Berlim com uma jantarada no Mr. Block, um
restaurante equivalente à cadeia Boi Gordo do Brasil.
Partimos
de Berlim Hauptbahnhof às 06.38 para chegar Amesterdão lá para a uma da tarde atravessando
praticamente todo o norte da Alemanha. Olho através da minha janela e pelo que
vou vendo sou levado a cogitar na máxima que diz que quem dá (tem) o pão, dá a
educação. Pois não é isso que a senhora Merkel está fazendo? Já a nossa Manela dizia:
“quem paga manda”!
O tempo está manhoso. Não chove apesar de o
céu estar completamente coberto, a temperatura é agradável. Pelas notícias vou
sabendo que em Portugal faz um frio de rachar, os deuses devem estar
doidos. Olha do que eu me safei!
08.45
Hanover Hauptbahnhof. Hanover (wolksburg) é conhecida por, entre outras coisas,
ser a Mutterland von Volkswagen. Esta é também uma cidade que já conheço de
visitas anteriores pelo que não vou fazer aqui nenhum stop. A viagem está a ser
muito agradável, ao invés de outras nesta
segue gente viva. Ouço falatório, risadas, pessoas comem no lugar,
outros passeiam pelo corredor reforçando a opinião que tenho dos alemães como
sendo pessoas bastante descomplexadas.
11.15
– Reihne, hub da ThyssenKrupp Schneider cujas instalações avisto a
partir da estação onde comboio faz uma curta paragem. Também já passamos pela
fábrica de uma conhecida marca de electrodomésticos, a Míele.
10.40
– Bad Bentheim, fronteira germano-holandesa. A tripulação alemã apeia para
regressar a Berlim sendo substituída por ferroviários holandeses. Mais um estremeção,
devem estar a mudar a máquina também
A
partir deste momento a paisagem rural mudou por completo. Desapareceu a grande
propriedade para dar lugar a pequenas e médias quintas e prados onde pasta gado de raça
frísia e limousine e algumas ruivas hereford. Também se vêm muitas
ovelhadas e os cavalos são a dar com um pau.
Vilas
e cidades seguem-se umas às outras quase sem descontinuidade. As casas
apresentam os telhados característicos dos Países Baixos, muito angulosos uns,
de capim outros (poucos), quase todos com greniers. Através da instalação
de som interna vou ouvindo os nomes das localidades que, para mim, são
simplesmente … impronunciáveis! E aí está, a praga das bicicletas!
Que
porcaria de tempo, as luzes da iluminação pública mantêm-se acesas. Mas haja
esperança, o dia está a ficar mais claro!
11.35
– Controlo de bilhetes pelo revisor holandês. Mal olhou para o meu assim que
topou o desdobrável que acompanha o bilhete do inter-rail! Vamos lá a ver como
é que me vou dar com estes indígenas. A crer no que tenho ouvido não são lá
muito boas rezes! Dizem que os alemães não os gramam mas o que me dá um certo
gozo é que, também eles, já começaram a provar do remédio que tão
diligentemente ajudaram a prescrever ao tuga, a austeridade. Ora tomem lá da
vossa própria mezinha que vos fará muito bem à tosse!
12.20
– Das famosas estufas de flores é que ainda não vi nem vestígios! 12.30
– A melhoria do tempo foi afinal esperança vã e os fanáticos do cumprimento de
horários acabam de pedir desculpa, em tês línguas, pelos dois ou três minutos
que o comboio leva de atraso.
12.45
– Hilversum, importante cidade satélite de Amesterdão com ligação directa ao
Schiphol (aeroporto internacional e hub da KLM).
13.09
– Com dez minutos de atraso, atracámos na Centraal Station.
Fim
da viagem e desta pequena brincadeira que me serviu de entretenimento, criando
a sensação de que o tempo passou num ápice.
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